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LESTE EUROPEU
Partidários de Yushchenko se dizem enganados pelo governo
Oposição na Ucrânia corta diálogo
DA REDAÇÃO
A oposição ucraniana abandonou ontem as negociações para
resolver o impasse que paralisou
o país após as denúncias de fraude
nas eleições presidenciais do dia
21. Seguidores do candidato oposicionista, Viktor Yushchenko,
justificaram a decisão dizendo
que haviam sido enganados.
"As autoridades, [o presidente
Leonid] Kuchma e [o premiê e
candidato situacionista Viktor]
Yanukovich usaram as negociações para trapacear. É por isso
que o Comitê para a Salvação Nacional decidiu parar as conversas", afirmou Taras Stetskyv, um
dos líderes da oposição.
A decisão golpeou o otimismo
existente após Kuchma ter sinalizado no dia anterior que poderia
apoiar a realização de novas eleições. Mediadores de União Européia, Polônia, Lituânia e Rússia
chegam hoje à Ucrânia para tentar negociar um acordo.
O governo alemão disse que o
presidente russo, Vladimir Putin
-que reconheceu a vitória de Yanukovich-, e o chanceler (premiê) Gerhard Schröder haviam
conversado por telefone e concordado quanto à necessidade de respeitar o resultado de uma nova
eleição. Todavia o comunicado
do Kremlin não fez menção nenhuma a um outro pleito.
Os presidentes Vaclav Klaus
(República Tcheca) e Aleksander
Kwasniewski (Polônia) disseram
que a saída para o confronto deve
ser através de nova eleição. Mas
ressalvaram que Yushchenko e
Yanukovich devem se comprometer a não contestar o resultado.
A Suprema Corte continua a
examinar a denúncia de fraudes
na eleição. Entre as provas apresentadas pelos advogados de
Yushchenko estão taxas de comparecimento superiores a 100%
em várias zonas eleitorais.
Uma tentativa de aprovar uma
moção de desconfiança contra o
governo de Yanukovich fracassou
ontem no Parlamento. Somente
196 votaram a favor -30 a menos
que o necessário.
Se a oposição interrompeu as
negociações, por outro lado o risco de o país se dividir pareceu diminuir após as regiões Donetsk e
Kharkiv recuarem em suas ameaças separatistas. O governador de
Donetsk disse que não mais fará
neste domingo um referendo para votar a autonomia da região.
Para evitar que a instabilidade
abale o sistema financeiro, o Banco Central da Ucrânia impôs um
limite de retiradas de 1.500 hryvna
(cerca de R$ 770) por dia.
Com agências internacionais
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