São Paulo, quarta-feira, 01 de dezembro de 2004

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LESTE EUROPEU

Partidários de Yushchenko se dizem enganados pelo governo

Oposição na Ucrânia corta diálogo

DA REDAÇÃO

A oposição ucraniana abandonou ontem as negociações para resolver o impasse que paralisou o país após as denúncias de fraude nas eleições presidenciais do dia 21. Seguidores do candidato oposicionista, Viktor Yushchenko, justificaram a decisão dizendo que haviam sido enganados.
"As autoridades, [o presidente Leonid] Kuchma e [o premiê e candidato situacionista Viktor] Yanukovich usaram as negociações para trapacear. É por isso que o Comitê para a Salvação Nacional decidiu parar as conversas", afirmou Taras Stetskyv, um dos líderes da oposição.
A decisão golpeou o otimismo existente após Kuchma ter sinalizado no dia anterior que poderia apoiar a realização de novas eleições. Mediadores de União Européia, Polônia, Lituânia e Rússia chegam hoje à Ucrânia para tentar negociar um acordo.
O governo alemão disse que o presidente russo, Vladimir Putin -que reconheceu a vitória de Yanukovich-, e o chanceler (premiê) Gerhard Schröder haviam conversado por telefone e concordado quanto à necessidade de respeitar o resultado de uma nova eleição. Todavia o comunicado do Kremlin não fez menção nenhuma a um outro pleito.
Os presidentes Vaclav Klaus (República Tcheca) e Aleksander Kwasniewski (Polônia) disseram que a saída para o confronto deve ser através de nova eleição. Mas ressalvaram que Yushchenko e Yanukovich devem se comprometer a não contestar o resultado.
A Suprema Corte continua a examinar a denúncia de fraudes na eleição. Entre as provas apresentadas pelos advogados de Yushchenko estão taxas de comparecimento superiores a 100% em várias zonas eleitorais.
Uma tentativa de aprovar uma moção de desconfiança contra o governo de Yanukovich fracassou ontem no Parlamento. Somente 196 votaram a favor -30 a menos que o necessário.
Se a oposição interrompeu as negociações, por outro lado o risco de o país se dividir pareceu diminuir após as regiões Donetsk e Kharkiv recuarem em suas ameaças separatistas. O governador de Donetsk disse que não mais fará neste domingo um referendo para votar a autonomia da região.
Para evitar que a instabilidade abale o sistema financeiro, o Banco Central da Ucrânia impôs um limite de retiradas de 1.500 hryvna (cerca de R$ 770) por dia.


Com agências internacionais


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