São Paulo, sexta-feira, 01 de dezembro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Grupo sugerirá corte de tropas no Iraque

Em relatório a ser entregue quarta, comissão bipartidária recomendará que Bush retire de 45 mil a 75 mil soldados a partir de 2007

Texto pede política mais agressiva no Oriente Médio, com atuação de Irã e Síria; versão final une propostas democratas e republicanas

Ali Jarekji/Reuters
Maliki e Bush dão entrevista em Amã (Jordânia); depois de texto crítico, americano chamou premiê iraquiano de "líder forte"

DO "NEW YORK TIMES"

O Grupo de Estudos do Iraque recomendará ao presidente dos EUA, George W. Bush, a retirada gradual de 15 brigadas de combate -de 45 mil a 75 mil soldados americanos- que estão no Iraque. Mas a comissão bipartidária não fixará um cronograma definitivo para sua retirada, segundo envolvidos.
Aprovado por unanimidade pelos dez membros da comissão liderada pelo ex-secretário de Estado republicano James Baker e pelo ex-congressista democrata Lee Hamilton, o relatório final do grupo deverá ser entregue a Bush na próxima quarta. O documento é um meio-termo das propostas debatidas pelo grupo desde março, evitando um cronograma específico, ao qual Bush se opõe, mas deixando claro que o compromisso das tropas americanas não deve ser ilimitado. As recomendações do grupo, formado a pedido de membros do Congresso, não serão obrigatoriamente seguidas.

Saída começa em 2007
O relatório sugere que Bush deixe claro que pretende iniciar a retirada das tropas num prazo relativamente curto -a mensagem implícita é que o processo deve começar no próximo ano.
Mas não diz se as 15 brigadas, que formam a maior parte das forças de combate americanas no Iraque, voltarão aos EUA ou se serão apenas afastadas para bases no Iraque ou em países vizinhos. A partir dessas bases, elas ainda seriam responsáveis por proteger um número substancial de tropas americanas que permaneceriam no país.
Além disso, o grupo recomenda que os EUA formulem uma iniciativa diplomática bem mais agressiva no Oriente Médio do que Bush tem se mostrado disposto a tentar até agora, incluindo o início de conversações diretas com Irã e Síria.
Inicialmente esses contatos poderiam se dar em uma conferência regional sobre o Iraque ou questões mais amplas de paz no Oriente Médio, como a situação israelo-palestina, mas eles acabariam por envolver conversações diretas e de alto nível com Teerã e Damasco.
Até agora, Bush rejeitou esses contatos, bem como a retirada. Embora a estratégia diplomática ocupe a maior parte do relatório, foram as recomendações militares que provocaram a maior discussão, segundo fontes. Estas disseram que o relatório preliminar entrou em choque com outro, circulado por democratas da comissão, que inclui um cronograma explícito para a retirada das brigadas até o fim de 2007. No texto final, as duas propostas foram misturadas.
Se Bush adotar as recomendações, muito mais equipes americanas de treinamento vão acompanhar as forças iraquianas, num último esforço para tornar o Exército iraquiano mais capaz de combater sozinho. Esse é um passo que já tinha sido defendido pelo assessor de segurança nacional de Bush, Stephen Hadley.
"Acho que todos ficaram satisfeitos com nossas conclusões", comentou uma pessoa envolvida nas discussões. "Elas não são nem "fuja agora", nem "mantenha o rumo atual'".


Tradução de CLARA ALLAIN


Texto Anterior: Rice pede que Israel alivie "humilhação" palestina
Próximo Texto: Bush rejeita saída e reforça liderança de premiê
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.