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Inquérito sobre mortes em Sucre causa choque entre o governo e a Promotoria
FLÁVIA MARREIRO
ENVIADA ESPECIAL A LA PAZ
O presidente Evo Morales
defendeu ontem investigações
para encontrar os responsáveis
pelos três mortos nos confrontos da cidade de Sucre (sudeste), no fim de semana passado,
em meio à crise entre a Polícia
Nacional e o Ministério Público
na apuração do caso.
"Chamam Evo de assassino,
mas não é assim [...] Não há informes judiciais", disse o presidente após ver um cartaz com a
inscrição "Evo Assassino" em
Puerto Suárez, no departamento (Estado) de Santa Cruz.
As mortes em Sucre ocorreram durante confrontos entre a
Polícia Nacional, partidários do
governo e manifestantes oposicionistas que protestavam contra a aprovação, pela Assembléia Constituinte de maioria
governista, do texto geral da
nova Carta da Bolívia.
O governo acusa a promotoria de Sucre de ser parcial na
investigação e a polícia decidiu
retirar seu efetivo das unidades
do Ministério Público no país.
Em Puerto Suárez, Morales
sancionou ontem lei que concede à empresa indiana Jindal
a exploração de parte da reserva de Mutún, onde se estima
haver 40 bilhões de toneladas
de minério de ferro. A concessão foi aprovada após controvérsias que envolveram a expulsão da brasileira EBX Siderúrgica da região. Morales afirmou que o atual contrato é
mais vantajoso.
Apesar da negativa de todos
os departamentos (Estados)
oposicionistas ao chamado ao
diálogo que fez anteontem, o
governo enviou cartas aos governadores marcando reunião
para terça-feira.
O clima ainda era tenso ontem, com relatos de feridos nos
confrontos entre a polícia e
manifestantes pró e contra o
governo em Cobija, capital do
departamento de Pando, na
fronteira com o Brasil. O vice-presidente Álvaro García Linera disse que o governo apura
informação extra-oficial de que
brasileiros cruzaram a fronteira para participar da mobilização, "o que é contra a lei".
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