São Paulo, sábado, 01 de dezembro de 2007

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Inquérito sobre mortes em Sucre causa choque entre o governo e a Promotoria

FLÁVIA MARREIRO
ENVIADA ESPECIAL A LA PAZ

O presidente Evo Morales defendeu ontem investigações para encontrar os responsáveis pelos três mortos nos confrontos da cidade de Sucre (sudeste), no fim de semana passado, em meio à crise entre a Polícia Nacional e o Ministério Público na apuração do caso.
"Chamam Evo de assassino, mas não é assim [...] Não há informes judiciais", disse o presidente após ver um cartaz com a inscrição "Evo Assassino" em Puerto Suárez, no departamento (Estado) de Santa Cruz.
As mortes em Sucre ocorreram durante confrontos entre a Polícia Nacional, partidários do governo e manifestantes oposicionistas que protestavam contra a aprovação, pela Assembléia Constituinte de maioria governista, do texto geral da nova Carta da Bolívia.
O governo acusa a promotoria de Sucre de ser parcial na investigação e a polícia decidiu retirar seu efetivo das unidades do Ministério Público no país.
Em Puerto Suárez, Morales sancionou ontem lei que concede à empresa indiana Jindal a exploração de parte da reserva de Mutún, onde se estima haver 40 bilhões de toneladas de minério de ferro. A concessão foi aprovada após controvérsias que envolveram a expulsão da brasileira EBX Siderúrgica da região. Morales afirmou que o atual contrato é mais vantajoso.
Apesar da negativa de todos os departamentos (Estados) oposicionistas ao chamado ao diálogo que fez anteontem, o governo enviou cartas aos governadores marcando reunião para terça-feira.
O clima ainda era tenso ontem, com relatos de feridos nos confrontos entre a polícia e manifestantes pró e contra o governo em Cobija, capital do departamento de Pando, na fronteira com o Brasil. O vice-presidente Álvaro García Linera disse que o governo apura informação extra-oficial de que brasileiros cruzaram a fronteira para participar da mobilização, "o que é contra a lei".


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