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TVs nos EUA discutiram se transmitiriam
BILL CARTER
DO "NEW YORK TIMES"
Confrontadas com um segundo e mais explícito vídeo
do enforcamento de Saddam
Hussein, as redes americanas de TV se viram diante daquilo que o presidente da
NBC News, Steve Capus,
chamou de "decisões editoriais delicadas".
Esse segundo vídeo, quase
certamente obtido por um
celular de um dos guardas ou
de alguma das testemunhas
da execução, inclui o diálogo
áspero entre o ditador e os
carrascos e também o momento em que o cadafalso se
abre e o réu despenca no vazio, balançando e dependurado pelo pescoço.
Nenhuma das redes nacionais americanas levou ao ar
essa última cena. O site da
BBC passou a fornecer um
link para quem quisesse assisti-la, embora a emissora
não a tivesse levado ao ar.
Mas o comedimento das
redes americanas não foi demonstrado por sites da internet, que postaram toda a seqüência sem cortes, inclusive aquela em que o rosto do
ditador já aparece imobilizado pela morte.
A CNN e a Fox News divulgaram o vídeo feito por celular, congelando a imagem do
rosto de Saddam antes dos
instantes finais, ou seja, antes da execução propriamente dita, que chocaria seus telespectadores. A cena foi reiteradamente transmitida
anteontem. A Fox a obteve já
no sábado, depois que um canal árabe a havia transmitido. A ABC também divulgou
imagens em seus jornais, tarde daquela noite.
David Rhodes, vice-presidente da Fox News, disse que
uma das razões que levaram
sua rede a transmitir o novo
vídeo era a existência de um
diálogo entre Saddam e seus
carrascos. Esse detalhe é que
virou o centro da notícia, disseram diretores de redes.
John Klein, presidente das
operações americanas da
CNN, disse que havia na cena
um confronto entre o condenado sunita e seus algozes
xiitas, o que segundo ele
compunha "um microcosmo
das tensões da sociedade iraniana no momento".
O grande assunto
O vídeo se transformou em
tema tão relevante quanto a
própria execução de sábado.
Só nos países de língua inglesa, segundo o Google, havia
ontem à noite 4.370 menções a esse fato.
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