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Símbolo de invasão americana, Zona Verde é devolvida ao Iraque
Fim de mandato da ONU também devolve palácio de Saddam e controle aéreo
DA REDAÇÃO
Os EUA entregaram ontem o
controle da Zona Verde e o palácio presidencial de Saddam
Hussein às autoridades iraquianas, num ato descrito pelo
primeiro-ministro Nuri al Maliki como "a reconstrução da
soberania iraquiana". Com o
fim do mandato da ONU que
permite a presença militar estrangeira no país anteontem, o
Iraque também volta a controlar seu espaço aéreo.
O pacto que substitui a resolução do Conselho de Segurança da ONU dá às tropas americanas -hoje, 140 mil homens-
três anos para deixarem o Iraque e revoga seu poder de prender iraquianos sem acusação.
Um comitê precisa autorizar as
ações militares americanas.
A chamada Zona Verde, uma
área de 9 km2, foi ocupada pelos
EUA logo após invadirem o Iraque em 2003 e foi separada do
resto de Bagdá por um muro de
4 m de altura com arame farpado. Até quarta-feira, a ex-residência de Saddam era usada
como embaixada e quartel-general dos militares dos EUA.
Sem contar com a presença
de americanos, -"a cerimônia
era reservada aos iraquianos",
explicou um responsável americano- a entrega do prédio
ontem foi simbólica. A maioria
dos diplomatas já trabalha numa nova embaixada -a maior
dos EUA em qualquer país.
"Esse palácio é o símbolo da
soberania iraquiana, e, ao tê-lo
novamente, a mensagem real é
para todo o povo iraquiano de
que a soberania do Iraque voltou ao seu status natural", disse
o primeiro-ministro, que quer
ver o dia 1º de janeiro como feriado do Dia da Soberania.
Segundo Steven Ferrari, comandante responsável pelas
tropas americanas na Zona
Verde, a intenção é cortar pela
metade, durante este ano, os 14
mil soldados e seguranças privados na área. Os americanos
vão treinar os responsáveis pelos postos de controle "até que
eles estejam prontos para serem os responsáveis".
O governo iraquiano diz que
haverá cautela na abertura da
Zona Verde -vai decidir, com
opinião americana, que partes
serão abertas e quem poderá
entrar. Os americanos terão de
pagar aluguel, e pequenos
Exércitos do Peru e de Uganda,
que já patrulham a região, vão
continuar lá até setembro.
Numa outra cerimônia, na
cidade de Basra (sul do Iraque),
as tropas britânicas devolveram o controle do aeroporto. A
Grã-Bretanha, principal aliada
dos EUA no Iraque, assinou
seu próprio acordo com Bagdá,
prevendo que os 4.100 soldados terminem sua missão em
maio, antes de uma retirada total no final de julho.
Menos mortes
As forças iraquianas voltam a
controlar um Iraque bastante
diferente daquele tomado pela
violência sectária em 2006 e
2007. Os ataques diminuíram,
parte pelo aumento das tropas
autorizado por George W. Bush
em 2007, parte por acordos entre os líderes tribais.
Mas os ataques continuam.
De acordo com o Ministério da
Saúde, 5.379 civis foram mortos em 2008 contra 16.232 em
2007 -uma média de 15 por
dia. Dois anos atrás, a média
mensal era de 2.000.
As mortes de militares americanos também caiu dois terços em 2008 em comparação
com 2007. Segundo contagem
da Associated Press, 314 soldados morreram no ano passado
-desde 2003, foram 4.221.
Com agências internacionais e
"The New York Times"
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