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São Paulo, domingo, 02 de fevereiro de 2003

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Indústria de armas lucra com ação iminente

LESLIE WAYNE
DO "THE NEW YORK TIMES"

Com o assunto guerra presente por toda parte e os Estados Unidos aumentando seu orçamento militar, os maiores fabricantes de armamentos anunciaram vendas fortes no trimestre e no ano.
A Lockheed Martin Corporation, maior fabricante norte-americana de equipamentos militares, declarou um aumento de 11% nas vendas de 2002. A Raytheon, que fabrica os mísseis Stinger e Tomahawk, anunciou que seus lucros operacionais dobraram no quatro trimestre do ano passado.
Embora a receita líquida das duas empresas tenha sido prejudicada pelo cancelamento de algumas séries de produtos, suas linhas de armamentos básicos que vêm sendo usados no Afeganistão e estão sendo preparados para possível uso no Iraque proporcionaram a ambas um fluxo de caixa sólido e um crescimento forte.
Os rendimentos da Lockheed subiram 11% em 2002, chegando a US$ 26,6 bilhões. A receita líquida de 2002 chegou a US$ 500 milhões, ou US$ 1,11 por ação. Em 2001 a empresa tinha perdido US$ 1 bilhão líquido, ou US$ 2,42 por ação.
Mas a virada da Lockheed foi possibilitada por muitos de seus produtos mais básicos e rentáveis, como o caça F-16, além do aumento dos gastos do governo americano com vigilância eletrônica e sistemas de controle de mísseis, dentro do contexto do combate ao terrorismo e do preparo para uma possível invasão do Iraque.
"Nosso quatro trimestre foi sólido para a empresa, assim como foi o ano inteiro", disse o executivo-chefe da Lockheed, Vance D. Coffman, e sua opinião foi reiterada por analistas financeiros. O analista Nick Fothergill, da Banc of America Securities, de Londres, disse que a Lockheed ""vai vender muitos aviões de combate nos próximos dois anos".
A performance da Raytheon foi beneficiada pelo aumento em suas vendas de sensores e mísseis. A empresa produz radares e equipamentos eletrônicos para aviões de combate, helicópteros de guerra e satélites, os quais estão sendo adquiridos em números crescentes pelas Forças Armadas americanas. Um dos itens da linha de produtos da Raytheon é o avião de reconhecimento Global Hawk, usado no Afeganistão.
"A Raytheon parece estar conseguindo sair do vermelho", disse um analista da Standard & Poor's. "O fato de os setores eletrônico e de mísseis estarem crescendo solidamente ajudou. Mas a empresa partiu de uma base muito baixa."


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