São Paulo, terça-feira, 02 de fevereiro de 2010

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EUA enviam aviões não tripulados ao Haiti

Predator, comumente usado em zonas de guerra, fará sua primeira missão humanitária, diz Pentágono

DA REDAÇÃO

O Pentágono informou ontem que os EUA deslocaram ao Haiti seis aviões não tripulados Predator para ajudar a missão militar americana no país, devastado pelo terremoto de 12 de janeiro. O avião-robô é mais comumente usado em zonas de guerra, como o Iraque e a fronteira entre Afeganistão e Paquistão, para ataques aéreos a insurgentes e para prover imagens à inteligência americana.
"Os aviões darão informação visual 24h por dia às tropas em terra [no Haiti]", informou boletim de vídeo do Pentágono, segundo o qual é a primeira vez que o Predator é usado em missões humanitárias, numa operação com o aval do governo haitiano. Os aviões deixaram Porto Rico rumo ao Haiti no fim de semana e serão operados por cerca de 50 militares.
Os EUA defendem o avião-robô como um dos principais trunfos na luta contra insurgentes islâmicos na fronteira afegã. Foi um ataque de um Predator americano que matou o líder do Taleban no Paquistão, Baitullah Mehsud, em agosto passado. O uso das aeronaves tem crescido rapidamente, em especial para sobrevoar e atacar áreas tribais, resultando em mortes -suspeita-se que muitas delas de civis, um dos motivos pelos quais o aparato causa polêmica.
Ao site DoD Buzz, especializado em defesa, um oficial americano disse que a missão dos EUA já vinha usando outras aeronaves para obter imagens aéreas de "infraestrutura, portos e aeroportos" do Haiti.
Países como Brasil e França criticaram a presença maciça de tropas americanas no Haiti. A secretária de Estado, Hillary Clinton, refutou os comentários na semana passada, lamentando "aqueles que atacam a generosidade do nosso povo".
Já o porta-aviões americano USS Carl Vinson e o cruzador Bunker Hill abandonarão o Haiti após duas semanas ali, mas deixam dez helicópteros para continuar a distribuição de ajuda humanitária, disse ontem o general Douglas Fraser, chefe do Comando Sul dos EUA. "Estamos lá para ajudar o povo do Haiti", disse o general. "Vamos manter os recursos necessários para isso."
Ainda ontem, os EUA retomaram o traslado aéreo à Flórida de feridos graves do terremoto, após cinco dias de suspensão dos voos, em meio a um impasse sobre quem arcaria com as despesas médicas.
Segundo o coronel Gregory Kane, um avião com feridos partiu na noite de anteontem, e outro partiria ainda ontem.


Com agências internacionais


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