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CRISE
Saída seria temporária; oposição faz novos protestos
Centro Carter suspende mediação sobre referendo na Venezuela
DA REDAÇÃO
O Centro Carter suspendeu
temporariamente a sua mediação
nas negociações em torno do referendo que a oposição da Venezuela tenta aprovar para tentar
derrubar o presidente do país,
Hugo Chávez.
O instituto -ligado ao ex-presidente dos EUA e Nobel da Paz
Jimmy Carter- é, ao lado da
OEA (Organização dos Estados
Americanos), o principal observador internacional do processo
de convocação de referendo na
Venezuela e se mostra impaciente
há algum tempo com as dificuldades para conseguir uma conciliação entre a oposição e o governo.
A decisão de suspender a mediação foi tomada após declaração de Sobella Mejías, um dos cinco integrantes do CNE (Conselho
Nacional Eleitoral) -que têm de
tomar a decisão sobre a validade
de cerca de 3,4 milhões de assinaturas que a oposição recolheu para convocar o referendo.
Mejías -um dos dois juízes
com visão próxima à dos opositores- disse que não poderia compactuar com um ato que obriga
parte dos signatários do pedido
de referendo a ratificar a sua assinatura.
A expectativa é que o CNE
-que tem três membros com posições mais próximas às do governo, entre eles o presidente do órgão, Francisco Carrasquero- rejeite 400 mil das 3,4 milhões de assinaturas e exija a confirmação de
700 mil, o que impediria que os
opositores atingissem o número
mínimo de 2,4 milhões de assinaturas para convocar o referendo.
O CNE prometia divulgar os
números oficiais ainda ontem,
um dia depois do previsto.
"O Centro Carter optou por se
retirar", disse Carrasquero, acrescentando que a decisão foi tomada após as declarações de Mejías.
Jennifer McCoy e Francisco
Diez, representantes do Centro
Carter na Venezuela, explicaram
mais tarde que o instituto não se
retirará do país, apenas suspenderá temporariamente a sua participação nas negociações.
"Estamos aqui para esclarecer
que a missão do Centro Carter
permanece na Venezuela", disse
McCoy, que admitiu que viajará
para Atlanta (EUA), onde reside,
enquanto Diez deve seguir para a
Argentina, em um claro sinal de
que o instituto observador está reduzindo o seu papel na mediação.
Diez confirmou a versão de Carrasquero, afirmando que as declarações de Mejías acabaram "atrasando o diálogo". McCoy afirmou
que, após o CNE se pronunciar
sobre o modo como será feita a
confirmação das assinaturas, o
Centro Carter e a OEA formularão uma declaração conjunta.
Opositores radicais (do Bloco
Democrático), que sempre duvidaram da capacidade do CNE de
convocar um referendo, decidiram intensificar os atos anti-Chávez. Caracas viveu ontem o quarto dia de choques entre opositores
e simpatizantes do governo.
Autoridades americanas classificaram de um "atrevimento"
uma declaração de Chávez feita
anteontem. Ele xingou o presidente americano, George W.
Bush, de "idiota" -entre outras
afirmações anti-EUA.
Com agências internacionais
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