São Paulo, quarta-feira, 02 de março de 2005

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ORIENTE MÉDIO

São "passos práticos" para criar Estado, diz Blair

Abbas promete fazer reforma da segurança e combater terroristas

DA REDAÇÃO

O presidente palestino, Mahmoud Abbas, comprometeu-se ontem a reestruturar suas forças de segurança e inteligência, conforme exigiam Israel e os EUA, e a apertar o cerco contra radicais que possam desestabilizar o processo de paz israelo-palestino.
O compromisso foi feito durante conferência internacional patrocinada pelo premiê britânico, Tony Blair, ontem em Londres. Numa demonstração de apoio e de pressão sobre o governo palestino, mais de 30 delegações participaram. Israel não compareceu.
Para ajudar os palestinos, a comunidade internacional prometeu à Autoridade Nacional Palestina a soma de US$ 1,2 bilhão em 2005. "É muito mais do que [foi prometido] antes, e ainda mais é esperado", disse o ministro palestino das Finanças, Salam Fayyad.
"O que temos hoje é um acordo (...) com os passos práticos, as pedras fundamentais, para criar um Estado [palestino] viável", disse Blair ao fim do encontro.
Para a secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, que esteve no encontro, as perspectivas de paz entre israelenses e palestinos são as melhores em muitos anos. "Estamos tentando lançar as bases para uma solução com dois Estados. Para tanto, temos de construir as forças de segurança palestinas", disse.
Abbas condenou ainda o atentado suicida de sexta-feira, em Tel Aviv, que interrompeu o cessar-fogo acordado por israelenses e palestinos em fevereiro. "Asseguro que começamos a adotar uma série de ações para encontrar os sabotadores e aqueles responsáveis por essa operação", disse.
Em declaração à ABC News, Rice disse haver "evidências" de que o atentado tenha sido realizado pelo grupo Jihad Islâmico.
Em nota, o premiê israelense, Ariel Sharon, disse estar satisfeito com os resultados da conferência, mas insistiu em que os palestinos devem lutar "contra o terror".
"Israel sustenta que será impossível avançar no processo político conforme o Mapa do Caminho enquanto a Autoridade Palestina não lutar firmemente contra o terrorismo e desmantelar as organizações terroristas", disse a nota.
Fora da conferência, a comunidade internacional também cobrou "ação imediata" dos palestinos contra grupos terroristas.


Com agências internacionais

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