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Filha dispara tiros e sofre "colapso
emocional" após a detenção do pai
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
Tiros disparados por Marija
Milosevic, 36, filha mais velha do
ex-ditador iugoslavo Slobodan
Milosevic, marcaram o final das
36 horas de impasse em sua casa
em Belgrado.
O ministro do Interior sérvio,
Dusan Mihajlovic, disse que Marija, que passou as 36 horas em casa com os pais e seguranças armados, começou a atirar após a rendição, "sofrendo de um colapso
emocional momentâneo".
A TV BK afirmou que ela correu
para fora da casa gritando para
que seu pai não se entregasse. Depois fez os disparos, que atingiram o carro de Cedomir Jovanovic, líder da coalizão governista
no Parlamento e principal mediador do impasse.
Foi pelo menos o segundo tiroteio ocorrido na casa desde a primeira tentativa de invasão da polícia, na sexta-feira, repelida à bala
pelos seguranças de Milosevic.
Os tiros de Marija não feriram
ninguém, mas dois policiais e um
fotógrafo foram atingidos nos tiroteios anteriores entre a polícia e
a guarda pessoal de Milosevic.
Várias pessoas ficaram levemente
feridas quando grupos de simpatizantes e oponentes de Milosevic
se enfrentaram perto da casa.
Foi um saldo positivo ao final de
uma crise durante a qual se falou
em uma intervenção de setores do
Exército a favor do ex-ditador e
do pesado armamento que Milosevic e sua guarda pessoal mantinham dentro de casa. O próprio
Milosevic chegou a dizer que não
se entregaria vivo. "Sinceramente,
não esperava um final pacífico",
disse Goran Vesic, vice-ministro
do Interior da Iugoslávia.
Segundo o Ministério do Interior, várias pessoas que estavam
na casa foram presas após Milosevic ser levado para a prisão central
de Belgrado. O governo federal
disse que irá levar a julgamento as
pessoas que atiraram na polícia
na sexta-feira.
Sinisa Vucinic, alto funcionário
do Partido da Esquerda da Iugoslávia, da mulher de Milosevic,
Mirjanana Markovic, tentou escapar da casa e resistiu à ação dos
policiais antes de ser detido.
Segundo Branislav Ivkovic, vice-presidente do Partido Socialista da Sérvia (de Milosevic), o ex-ditador resistiu à ordem judicial
de prisão por achar que, "como
presidente eleito da Iugoslávia e
da Sérvia por três vezes, tinha o
direito de reivindicar ser ouvido
em sua casa".
O outro filho de Milosevic, Marko, acusado de enriquecimento
ilícito e ligação com máfias, deixou o país após a queda do pai,
em outubro. Acredita-se que esteja na Rússia ou num país báltico.
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