DA ENVIADA ESPECIAL A HARARE
EM HARARE

Às 8h30 de ontem, o candidato do MDC a um posto de conselheiro em Harare Herman Karimakwenda recebeu em casa um telefonema que já lhe é familiar: era a polícia. "Pediram que eu fosse à delegacia. Querem me "entrevistar" sobre um protesto contra a demora na divulgação dos resultados eleitorais. Mas eu sei muito bem como são as "entrevistas" da polícia", disse Karimakwenda, 32, à Folha.
Ativista do MDC desde a fundação do partido, em 1999, ele conta que já foi preso mais de cinco vezes -e apanhou em todas elas. Após o telefonema, Karimakwenda consultou um advogado e decidiu se esconder até a divulgação dos resultados eleitorais. Vizinhos confirmaram que policiais foram à sua casa durante a tarde.
Ele não foi o único opositor a receber a visita da polícia ontem. Ao menos mais um membro do MDC procurou a ONG Zimbabwe Lawyers for Human Rights atrás de orientação para enfrentar episódios similares, e Karimakwenda afirma que uma candidata ao Senado pelo partido recebeu uma lista de seis membros do MDC que estão na mira das autoridades. (AM e FZ)


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