São Paulo, quinta-feira, 02 de abril de 2009

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Irã minimiza importância do encontro com enviado dos EUA

DA REDAÇÃO

O Irã minimizou ontem o encontro informal entre seu vice-chanceler, Mohammad Mehdi Akhundzadeh, e o enviado especial dos EUA ao Afeganistão e Paquistão, Robert Holbrooke, na conferência internacional da véspera. Funcionário de mais alto nível a encontrar um diplomata americano desde o início do governo de Barack Obama, Akhundzadeh lembrou que não houve diálogo oficial.
"Talvez a divulgação do encontro pelos EUA indique que a outra parte está ávida por tirar proveito da conferência", disse o vice-chanceler iraniano. Convidada por Washington ao encontro, Teerã ofereceu apoio à reconstrução afegã, mas criticou a escalada militar estrangeira no país. O Irã recebeu com cautela a proposta de reaproximação de Obama e cobra a suspensão de sanções a seu programa nuclear, adotadas no governo de George W. Bush.
"O Irã está tratando desta questão com cautela porque a confirmação do encontro terá consequências dentro do país e no mundo islâmico. Há mais de uma geração, o Irã retrata os EUA como principal inimigo", disse o porta-voz do departamento de Estado americano, Gordon Duguid. Os países romperam laços diplomáticos há 29 anos, após a consolidação da Revolução Islâmica.
A proposta de "reconciliação honrosa" com membros do Taleban dispostos a deixarem as armas, apresentada ontem pela secretária de Estado americana, Hillary Clinton, foi recebida com desdém pelo grupo. É "uma ideia lunática", disse Zabihullah Mujahid, um dos porta-vozes do Taleban, insistindo em que a única forma de pôr fim ao conflito é a retirada total das tropas estrangeiras.
A escalada militar é parte de uma estratégia para forçar o Taleban a negociar. Incapazes de derrotar a insurgência após mais de oito anos de ocupação, os EUA e seus parceiros da Otan (aliança militar ocidental), que derrubaram facilmente o regime do Taleban, defendem a conciliação política.


Com agências internacionais


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