São Paulo, quinta, 2 de abril de 1998

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ANÁLISE

Proposta tenta isolar Síria
SÉRGIO MALBERGIER
da Redação

O Líbano é a carta na manga da Síria em seu jogo de guerra e paz com Israel. Com 35 mil soldados no país, foram os sírios que encerraram a guerra civil libanesa (1975-90) e hoje controlam sua política externa.
É sintomático o fato de o premiê libanês, Rafik Hariri, recusar de Damasco (capital síria) a iniciativa israelense.
O grande trunfo de Israel nas negociações de paz, iniciadas em 1991, foi ter conseguido dividir os árabes e negociar individualmente com cada país e com os palestinos.
Israel já tem acordos de paz com Egito, Jordânia e palestinos. O maior pavor da Síria é ver o Líbano também assinando a paz com Israel, deixando Damasco só diante da recusa israelense em devolver as estratégicas colinas do Golã (tomadas em 1967).
O ditador sírio, Hafez al Assad, doente, não quer deixar o poder antes de recuperar o Golã. O Líbano é a sua maior moeda de troca.
É pela Síria que as armas iranianas chegam aos militantes do Hizbollah (Partido de Deus), que fazem do sul do Líbano a única fronteira sangrenta do Estado judeu.



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