São Paulo, terça-feira, 02 de maio de 2000


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ÁSIA
Situação do grupo sequestrado em resort de mergulho, numa ilha da Malásia, se degrada a cada dia
Reféns têm fome e sede no cativeiro

das agências internacionais

Os reféns sequestrados por um grupo separatista islâmico filipino numa luxuosa estação de mergulho na Malásia, há uma semana, estão sentindo fraqueza e passando fome, segundo depoimento de uma refém transmitido pela TV filipina.
Eles estão sendo mantidos numa cabana com cheiro de urina, na ilha de Jolo, no sul das Filipinas. Todos os 21 reféns, incluindo dez turistas estrangeiros, estavam vivos quando filmados, no sábado, por um jornalista filipino. Eles ressaltaram estar sendo relativamente bem tratados, mas sentiam-se fracos, famintos e amedrontados com a situação.
Eles não haviam se lavado desde o dia do sequestro, 23 de abril, e só tinham água da chuva para beber e um pouco de arroz para comer. Um canto da cabana servia de banheiro. Um outro, de cozinha.
Os reféns são dez malasianos, três alemães, dois franceses, dois sul-africanos, dois finlandeses, um libanês e uma filipina.
No sábado, os reféns estavam sendo vigiados por cerca de 500 homens armados, que dizem pertencer ao grupo Abu Sayyaf, uma milícia que luta pela criação de um Estado islâmico no sul das Filipinas (país de maioria católica).
O cativeiro situa-se nas montanhas perto da cidade de Talipao, cerca de 960 km ao sul da capital filipina, Manila. Três outras cabanas, perto da dos reféns, abrigam grupos de homens fortemente armados, em vigília permanente.
No sábado, dois reféns, o alemão Werner Gunter e a sul-africana Carel Strydom, jogavam xadrez sobre um tabuleiro improvisado, fornecido pelos sequestradores, enquanto os outros tentavam preencher seu tempo livre e esperavam pela pobre refeição da tarde (arroz cozido).
"Estão nos tratando corretamente. Não há campanha de terror nem nada do gênero, mas as condições aqui são muito ruins e estão se deteriorando a cada dia", afirmou Kort.
Os turistas tinham acabado de jantar no luxuoso hotel em que estavam, na ilha de Sipadan, na Malásia, quando ocorreu o sequestro. Os turistas e os outros reféns, que trabalhavam na ilha, foram então levados em dois barcos para Jolo, a maior ilha do arquipélago de Sulu, nas Filipinas, em viagem que durou mais de 22 horas.
O comandante Radhulan, porta-voz do Abu Sayyaf, afirmou que a principal exigência do grupo é negociar com representantes da ONU e negou que os reféns tivessem sido ameaçados.
Radhulan disse ainda que a entrevista com os reféns foi permitida "para confirmar que os temos e que queremos negociar".
Parente de um dos reféns afirmou na semana passada que os sequestradores teriam pedido US$ 2,6 milhões de resgate.


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