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ÁSIA
Situação do grupo sequestrado em resort de mergulho, numa ilha da Malásia, se degrada a cada dia
Reféns têm fome e sede no cativeiro
das agências internacionais
Os reféns sequestrados por um
grupo separatista islâmico filipino numa luxuosa estação de mergulho na Malásia, há uma semana, estão sentindo fraqueza e passando fome, segundo depoimento de uma refém transmitido pela
TV filipina.
Eles estão sendo mantidos numa cabana com cheiro de urina,
na ilha de Jolo, no sul das Filipinas. Todos os 21 reféns, incluindo
dez turistas estrangeiros, estavam
vivos quando filmados, no sábado, por um jornalista filipino. Eles
ressaltaram estar sendo relativamente bem tratados, mas sentiam-se fracos, famintos e amedrontados com a situação.
Eles não haviam se lavado desde
o dia do sequestro, 23 de abril, e só
tinham água da chuva para beber
e um pouco de arroz para comer.
Um canto da cabana servia de banheiro. Um outro, de cozinha.
Os reféns são dez malasianos,
três alemães, dois franceses, dois
sul-africanos, dois finlandeses,
um libanês e uma filipina.
No sábado, os reféns estavam
sendo vigiados por cerca de 500
homens armados, que dizem pertencer ao grupo Abu Sayyaf, uma
milícia que luta pela criação de
um Estado islâmico no sul das Filipinas (país de maioria católica).
O cativeiro situa-se nas montanhas perto da cidade de Talipao,
cerca de 960 km ao sul da capital
filipina, Manila. Três outras cabanas, perto da dos reféns, abrigam
grupos de homens fortemente armados, em vigília permanente.
No sábado, dois reféns, o alemão Werner Gunter e a sul-africana Carel Strydom, jogavam xadrez sobre um tabuleiro improvisado, fornecido pelos sequestradores, enquanto os outros tentavam preencher seu tempo livre e
esperavam pela pobre refeição da
tarde (arroz cozido).
"Estão nos tratando corretamente. Não há campanha de terror nem nada do gênero, mas as
condições aqui são muito ruins e
estão se deteriorando a cada dia",
afirmou Kort.
Os turistas tinham acabado de
jantar no luxuoso hotel em que
estavam, na ilha de Sipadan, na
Malásia, quando ocorreu o sequestro. Os turistas e os outros reféns, que trabalhavam na ilha, foram então levados em dois barcos
para Jolo, a maior ilha do arquipélago de Sulu, nas Filipinas, em viagem que durou mais de 22 horas.
O comandante Radhulan, porta-voz do Abu Sayyaf, afirmou
que a principal exigência do grupo é negociar com representantes
da ONU e negou que os reféns tivessem sido ameaçados.
Radhulan disse ainda que a entrevista com os reféns foi permitida "para confirmar que os temos
e que queremos negociar".
Parente de um dos reféns afirmou na semana passada que os
sequestradores teriam pedido
US$ 2,6 milhões de resgate.
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