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CHOQUE NA FRANÇA
O extremista, estrela das manifestações do 1º de Maio no país, diz que Chirac é "poderoso chefão"
Protestos contra Le Pen reúnem 1 milhão
ALCINO LEITE NETO
DE PARIS
Duas Franças saíram às ruas ontem, na maior mobilização política no país nos últimos anos. Todas as manifestações contra o
candidato da extrema direita à
Presidência, Jean-Marie Le Pen,
reuniram 1 milhão de pessoas, segundo a polícia.
Em Paris, cerca de 10 mil partidários de Le Pen desfilaram pela
manhã. À tarde, 400 mil antilepenistas ocuparam a capital. A cidade esteve sob forte vigilância policial e não houve incidentes.
O desfile de Le Pen culminou
num longo discurso, em que ele
transformou seu rival, o presidente Jacques Chirac, no alvo de invectivas cômicas, divertindo seus
militantes. Le Pen pediu o voto da
esquerda. Afirmou que Chirac é o
"modelo e o escudo" da corrupção no país e qualificou-o como
"o poderoso chefão dos clãs" que
ameaçam a França.
A manifestação dos antilepenistas transbordou o espaço previsto, entre as praças da República e
da Bastilha. Organizada por várias entidades políticas, estudantis e sindicais de esquerda, teve a
participação de líderes do Partido
Socialista, bem como do agricultor José Bové e do deputado verde
e ex-líder estudantil Daniel Cohn-Bendit. Os chiraquianos não
compareceram.
Ao contrário da passeata de Le
Pen, austera, tensa e provinciana,
a manifestação da esquerda teve
clima de festa multicultural e cosmopolita, com muita batucada.
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