São Paulo, quinta-feira, 02 de maio de 2002

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CHOQUE NA FRANÇA

O extremista, estrela das manifestações do 1º de Maio no país, diz que Chirac é "poderoso chefão"

Protestos contra Le Pen reúnem 1 milhão

ALCINO LEITE NETO
DE PARIS

Duas Franças saíram às ruas ontem, na maior mobilização política no país nos últimos anos. Todas as manifestações contra o candidato da extrema direita à Presidência, Jean-Marie Le Pen, reuniram 1 milhão de pessoas, segundo a polícia.
Em Paris, cerca de 10 mil partidários de Le Pen desfilaram pela manhã. À tarde, 400 mil antilepenistas ocuparam a capital. A cidade esteve sob forte vigilância policial e não houve incidentes.
O desfile de Le Pen culminou num longo discurso, em que ele transformou seu rival, o presidente Jacques Chirac, no alvo de invectivas cômicas, divertindo seus militantes. Le Pen pediu o voto da esquerda. Afirmou que Chirac é o "modelo e o escudo" da corrupção no país e qualificou-o como "o poderoso chefão dos clãs" que ameaçam a França.
A manifestação dos antilepenistas transbordou o espaço previsto, entre as praças da República e da Bastilha. Organizada por várias entidades políticas, estudantis e sindicais de esquerda, teve a participação de líderes do Partido Socialista, bem como do agricultor José Bové e do deputado verde e ex-líder estudantil Daniel Cohn-Bendit. Os chiraquianos não compareceram.
Ao contrário da passeata de Le Pen, austera, tensa e provinciana, a manifestação da esquerda teve clima de festa multicultural e cosmopolita, com muita batucada.



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