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DIREITOS HUMANOS
Segundo ditador, críticas ao regime cubano ajudam os EUA
Intelectuais se arrependerão, diz Fidel
DA REDAÇÃO
O ditador cubano, Fidel Castro,
acusou ontem o governo dos Estados Unidos de buscar um pretexto para realizar um ataque militar contra Cuba e disse que as recentes críticas de intelectuais de
esquerda a seu regime poderiam
ajudar o governo americano a
atingir esse objetivo.
"Em Miami e em Washington,
eles estão discutindo onde, quando e como Cuba será atacada",
disse Castro na praça da Revolução, na capital cubana, onde centenas de milhares de pessoas se
reuniram para comemorar o Dia
do Trabalho.
O líder cubano, no poder desde
1959, acusou o governo americano de hipocrisia em relação aos
sequestros de aviões e barcos realizados nas últimas semanas por
cubanos interessados em fugir
para os EUA.
Segundo Fidel, os EUA encorajariam os sequestros para, depois,
responsabilizar Cuba.
Em Washington, o porta-voz do
Departamento de Estado Philip
Reeker disse que os EUA procuraram diplomatas cubanos para
"expressar preocupação com recente onda de sequestros".
"Essas ações são inaceitáveis no
contexto da extrema preocupação
com a segurança interna dos
EUA. Pedimos ao governo cubano que imediatamente corrija as
falhas de segurança", disse.
Fidel reagiu: "Os EUA agem como se não provocassem ou encorajassem esses sequestros, como
se não fôssemos nós que estivéssemos tomando medidas drásticas para impedi-los".
Em 11 de abril último, três cubanos foram executados em Cuba
pelo sequestro de uma lancha de
passageiros em Havana. Apesar
das críticas internacionais, Fidel
disse que as execuções eram necessárias para desestimular sequestros de barcos e aviões.
Cuba também foi criticada pela
condenação de 75 dissidentes a
penas de até 28 anos sob a acusação de colaboração com diplomatas americanos para desestabilizar o regime cubano.
Intelectuais de esquerda que
costumavam apoiar o regime comunista de Fidel Castro, como o
português José Saramago e o mexicano Carlos Fuentes, também
criticaram a repressão em Cuba.
Para Fidel, eles "sofrerão um arrependimento infinito" se Cuba
for atacada, pois "perceberão que
suas declarações foram manipuladas pelos agressores para justificar um ataque militar a Cuba."
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