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Fidel frustra expectativas e não aparece no 1º de Maio
Em artigo, cubano volta a criticar álcool brasileiro
DA REDAÇÃO
O venezuelano Hugo Chávez
afirmou que ele estava de volta
ao comando da ilha. O boliviano Evo Morales chegou a dizer
que ele estaria na festa do 1º de
Maio. Mas o ditador Fidel Castro não apareceu ontem na praça da Revolução, onde milhares
de cubanos se reuniram.
"Sentimos um pouquinho de
nostalgia pela ausência de Fidel, todos esperávamos que ele
estivesse no desfile", afirmou
Caridad Valdés, 64, aposentada, exibindo o cartaz: "Ouve-se,
sente-se, Fidel está presente".
Foi a terceira vez, em quase
50 anos, que o ditador faltou à
festa -nas duas anteriores, estava fora do país.
As expectativas em torno da
aparição pública de Fidel no 1º
de Maio, que seria a primeira
desde que transmitiu o poder
ao irmão Raúl, em julho passado, cresceram com declarações
como as dos aliados latino-americanos Chávez e Morales.
O ditador também deu mostras
de voltar ao trabalho ao receber
uma delegação chinesa no último dia 20.
Mas o público se frustrou. Fidel, que se recupera de uma cirurgia no intestino, publicou
ontem apenas mais um artigo
no jornal oficial "Granma".
Mais um texto sobre biocombustíveis, este dedicado ao Brasil: alertou que a mecanização
da colheita deixaria brasileiros
não qualificados sem emprego,
falou do risco de a soja ser usada para a produção de álcool.
"Não tenho nada contra o
Brasil", inicia. Depois de reclamar que a propaganda pró-álcool está confundindo até brasileiros "tradicionalmente amigos de Cuba", disse que não criticar o país "seria optar entre a
idéia de uma tragédia mundial
e um suposto benefício para o
povo daquela grande nação".
Para analistas, a ausência de
Fidel lança incertezas sobre
sua propalada recuperação, enquanto mais um artigo sobre
temas da agenda mundial sinaliza que este é o papel que ele
deve ocupar daqui para frente:
o de conselheiro do governo cubano e da extrema esquerda
mundial, e não o de alguém envolvido no dia-a-dia da ilha.
A festa de 1º de Maio em Cuba foi marcada também por
protestos pela libertação, nos
EUA, do ex-agente da CIA e militante anticastrista Luis Posada Carriles, processado em Cuba e na Venezuela pelo atentado contra um avião cubano que
matou 73 pessoas em 1976. Libertado de uma prisão americana, onde aguardava julgamento por ter tentado enganar
as autoridades de imigração,
Posada agora cumpre prisão
domiciliar em Miami, enquanto Cuba e Venezuela pedem sua
extradição.
Com agências internacionais
Leia a íntegra do artigo de Fidel Castro
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