São Paulo, quarta-feira, 02 de maio de 2007

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Blair indica Brown como seu substituto

Premiê britânico diz que em poucas semanas renunciará; Guerra do Iraque é vista como principal legado

DA REDAÇÃO

O primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, anunciou ontem que "em poucas semanas" não será mais o chefe de governo do país. Também ontem, numa comemoração dos dez anos da vitória dos trabalhistas sobre os conservadores, ocorrida em 1997, pela primeira vez Blair endossou publicamente o nome de Gordon Brown, seu ministro das Finanças, para o substituir.
"Muito provavelmente um escocês será o primeiro-ministro deste país, e ele é alguém que construiu uma das economias mais fortes do mundo e uma pessoa que eu sempre disse que daria um ótimo premiê", afirmou Blair, em clara alusão ao escocês Brown.
Tony Blair, que fez o anúncio num comício do Partido Trabalhista na Escócia, onde haverá eleições parlamentares amanhã, afirmou que na semana que vem deve definir a data exata de sua renúncia.
Cerca de 48 horas depois de Blair renunciar, um colégio eleitoral de membros do Partido Trabalhista deve se reunir para endossar o nome de Brown como novo premiê. Segundo o jornal britânico "Guardian", o partido cogita a possibilidade de o colégio se reunir em 30 de junho ou 1º de julho.
Artífices do reerguimento do Partido Trabalhista em 1997, após 18 anos de governo dos conservadores, Brown e Blair supostamente haviam chegado a um pacto, ainda em 1994, para dividir o poder assim que chegassem lá. Divergências entre os dois marcaram boa parte dos dez anos de administração dos trabalhistas, e membros do partido mais fiéis a Blair tentaram impulsionar um outro nome para o substituir, em vão.
Em artigo publicado no jornal "The Sun" de ontem Brown afirmou estar "honrado de chamar Tony Blair de velho amigo na política; claro, com os inevitáveis altos e baixos da caminhada". "Sob sua liderança", escreveu o ministro das Finanças, "o novo Partido Trabalhista ressurgiu para ficar".

Legado
Mas pesquisa publicada por outro periódico britânico, o "Independent", revela que, para 69% dos entrevistados, Blair será lembrado pela participação do Reino Unido na Guerra do Iraque. Em segundo lugar como seu legado, 9% os britânicos apontaram a relação do premiê com o presidente dos EUA, George W. Bush.
Já o processo de paz na Irlanda do Norte, que Tony Blair ajudou a conduzir e que, com a formação de um governo de aliança entre unionistas e nacionalistas, encerrou cerca de 30 anos de violência, foi apontado como principal contribuição do premiê por 6%.


Com agências internacionais

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