de Paris

A esquerda vai ter de mostrar que é capaz de aplicar as ousadas propostas que constam de seu programa de governo. O maior desafio será criar 700 mil empregos para os jovens (metade no setor público) em cinco anos sem aumentar o déficit público.
A proposta, carro-chefe da campanha socialista, foi criticada pelo governo -que a classifica de inviável- e criou polêmica.
A solução, dizem os socialistas, está na realocação das verbas aplicadas nos programas estatais de ajuda aos desempregados e na redução progressiva dos encargos sobre os salários.
O custo total do programa gira em torno de US$ 7 bilhões (US$ 1 bilhão nos primeiros seis meses).
A redução da jornada de trabalho é outra bandeira defendida pela esquerda para resolver o problema do desemprego. A idéia é diminuir o tempo de trabalho em quatro horas -hoje, a jornada é de 39 horas por semana- como meio de abrir novas vagas no mercado de trabalho. O partido prometeu fazê-lo sem reduzir os salários.
Outra proposta do plano de governo dos socialistas é mudar a estrutura fiscal.
Eles prometem reduzir a TVA (Taxa de Valor Agregado), cobrada sobre todos os produtos, e de mudar a estrutura dos impostos sobre rendimentos.
Privatizações
A suspensão do programa de privatizações de empresas estatais deve ser a primeira consequência da vitória da esquerda na França.
A France Télécom, gigante que detém o monopólio das telecomunicações na França, deve ser a primeira afetada pela nova política do governo.
O início do processo de privatização da empresa estava previsto para maio, mas foi adiado por causa da eleição. A nova data é o próximo dia 5. No ano passado, a empresa deu lucro de US$ 30 bilhões.
Durante a campanha, o líder socialista Lionel Jospin moderou seu tom em relação à privatização da empresa.
Se no início ele dizia ser contra, na etapa final da campanha ele já admitia a possibilidade de consultar os funcionários sobre a privatização. (MA)



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