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Marine paulistano
relata "barra pesada"
DO ENVIADO ESPECIAL AO HAITI
Apesar do nome, o major fuzileiro naval americano Peter Wittkoff nasceu no Hospital Samaritano, em São Paulo, e estudou na
Graded School na capital paulista.
Seu avô americano, hoje com 92
anos, também foi marine e esteve
no Haiti na década de 30 e depois
combateu na Segunda Guerra e
na Guerra da Coréia.
"Meu avô me dizia que os haitianos nadavam para o barco em
busca dos restos de comida que
jogávamos no mar", diz Wittkoff.
"Para mim é pessoalmente gratificante estar aqui recebendo os brasileiros", diz o major de marines,
cujos pais vivem em São Paulo e o
avô, em Sacramento (EUA).
Wittkoff acompanhou um grupo de reconhecimento de 11 militares brasileiros que estiveram em
março passado no Haiti.
Um deles foi o coronel Antônio
Quixadá de Vasconcelos, agora
chefe de Estado-Maior da Brigada
Haiti, nome do contingente brasileiro da força de paz. Ele comenta
que a tensão era perceptível pela
ausência de pessoas na rua. Hoje,
as ruas de Porto Príncipe são um
formigueiro humano, com calçadas tomadas por camelôs e congestionamento de automóveis
que não fariam inveja a São Paulo.
"Não havia feira, havia montanhas de lixo, não se via polícia. O
pessoal andava com medo", diz
Wittkoff. "A barra estava pesada",
resume o marine, que trabalha
com logística. "Só acalmou no fim
de março" -dois meses após a
queda do ex-presidente Jean-Bertrand Aristide.
Segundo ele, até a criminalidade
voltou ao padrão de antes. "É sintoma da normalidade", diz o major, cujo pai serviu dois anos na
Marinha e trabalhou na Ford em
São Bernardo do Campo.
(RBN)
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