São Paulo, quarta-feira, 02 de junho de 2004

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Marine paulistano relata "barra pesada"

DO ENVIADO ESPECIAL AO HAITI

Apesar do nome, o major fuzileiro naval americano Peter Wittkoff nasceu no Hospital Samaritano, em São Paulo, e estudou na Graded School na capital paulista. Seu avô americano, hoje com 92 anos, também foi marine e esteve no Haiti na década de 30 e depois combateu na Segunda Guerra e na Guerra da Coréia.
"Meu avô me dizia que os haitianos nadavam para o barco em busca dos restos de comida que jogávamos no mar", diz Wittkoff. "Para mim é pessoalmente gratificante estar aqui recebendo os brasileiros", diz o major de marines, cujos pais vivem em São Paulo e o avô, em Sacramento (EUA).
Wittkoff acompanhou um grupo de reconhecimento de 11 militares brasileiros que estiveram em março passado no Haiti.
Um deles foi o coronel Antônio Quixadá de Vasconcelos, agora chefe de Estado-Maior da Brigada Haiti, nome do contingente brasileiro da força de paz. Ele comenta que a tensão era perceptível pela ausência de pessoas na rua. Hoje, as ruas de Porto Príncipe são um formigueiro humano, com calçadas tomadas por camelôs e congestionamento de automóveis que não fariam inveja a São Paulo.
"Não havia feira, havia montanhas de lixo, não se via polícia. O pessoal andava com medo", diz Wittkoff. "A barra estava pesada", resume o marine, que trabalha com logística. "Só acalmou no fim de março" -dois meses após a queda do ex-presidente Jean-Bertrand Aristide.
Segundo ele, até a criminalidade voltou ao padrão de antes. "É sintoma da normalidade", diz o major, cujo pai serviu dois anos na Marinha e trabalhou na Ford em São Bernardo do Campo. (RBN)


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