São Paulo, quinta, 2 de julho de 1998 |
Próximo Texto | Índice FEMINISMO NO ORIENTE Em visita a Xangai, primeira-dama cita Mao Tse-tung e diz que mulheres têm direito "à metade do céu" Na China, Hillary defende a mulher
das agências internacionais A primeira-dama dos Estados Unidos, Hillary Clinton, discursou ontem a mulheres chinesas e pediu que elas valorizassem suas filhas da mesma forma como fazem com os filhos homens. Em discurso na Federação de Mulheres de Xangai (leste do país), Hillary, que acompanha o marido Bill Clinton em visita de nove dias à China, disse que existe "um potencial ilimitado" para que as mulheres chinesas tenham sua "metade do céu", uma frase de Mao Tse-tung, o fundador da China comunista. "As mulheres não podem ter sua metade do céu se as meninas não são amadas por seus pais e não recebem as mesmas oportunidades que seus irmãos, para aproveitar plenamente suas capacidades", afirmou a primeira-dama. Hillary recordou sua participação na Conferência Internacional da Mulher, patrocinada pela ONU, em Pequim, em 1995. Na ocasião, a primeira-dama criticou as violações de direitos humanos na China, incluindo a política de controle de natalidade conhecida como "um filho por casal", os abortos forçados e os limites à liberdade de expressão. Agora, adotou um enfoque mais moderado. Afirmou que "muitas mulheres no mundo permanecem longe das oportunidades, e suas filhas não são consideradas adequadamente em suas sociedades". Na China, há o costume de preferir os filhos homens, para dar continuidade à linha patriarcal. Na zona rural, ainda são registrados infanticídios, principalmente assassinatos de filhas ao nascer. Segundo dados oficiais, em 90, houve 113,8 nascimentos de homens para cada 100 de mulheres, uma proporção mais elevada que o índice mundial de 106 para 100. Liberdade religiosa Ontem, a primeira-dama, com a secretária de Estado norte-americana, Madeleine Albright, visitou uma sinagoga restaurada em Xangai e a descreveu como um exemplo de um novo respeito na China pelas diferenças religiosas. A sinagoga Ohel Rachel, renovada como herança da comunidade judaica que viveu em Xangai no início deste século, é um símbolo das mudanças na China. Apesar de sobreviver o ateísmo oficial, o governo chinês dá mostras de afrouxar a repressão a atividades religiosas. A comunidade judaica de Xangai, no seu auge, totalizava cerca de 24 mil pessoas. Porém, em 1949, quando os comunistas chegaram ao poder, as sinagogas foram fechadas e o culto, proibido. Próximo Texto | Índice |
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