|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Bush se diz "furioso" com morte de cinco americanos em atentado
DA REDAÇÃO
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse ter ficado "furioso" com o atentado
que matou sete pessoas -cinco
delas americanas- e feriu cerca
de 80 anteontem na Universidade
Hebraica de Jerusalém.
"Estou tão zangado quanto Israel", disse Bush para jornalistas
em Washington antes de se reunir
com o rei Abdullah, da Jordânia.
"Fiquei furioso que vidas inocentes foram perdidas. No entanto,
mesmo com essa fúria, mesmo estando zangado, eu ainda acredito
na paz", acrescentou o presidente.
O FBI (polícia federal dos EUA)
abriu investigações sobre o caso e,
segundo autoridades americanas,
estaria cooperando com a polícia
israelense.
O atentado aconteceu no refeitório da universidade, conhecida
como um dos poucos locais onde
árabes e judeus convivem em harmonia. Doze feridos ainda estão
internados em estado grave. Parte
dos feridos são estrangeiros e árabes israelenses.
Uma das mortas, Marla Bennet,
24, uma americana de San Diego,
escreveu em maio passado um artigo em um jornal de sua cidade
sobre os riscos de ser vítima de
um atentado em Israel.
"Essa questão pode parecer inconsequente, mas os acontecimentos dos últimos meses em Israel me levaram a acreditar que
cada pequena decisão que tomo
-como a escolha do caminho
para a escola, ir ou não jantar-
pode ter consequências que
ameacem a minha vida", escreveu
Bennet.
O grupo extremista islâmico
Hamas disse que cometeu o atentado em resposta a ataque semana
passada em Gaza que matou um
líder do grupo e outras 14 pessoas,
sendo nove delas crianças.
O líder do Hamas Abdel Aziz
Rantisi disse ontem que o atentado foi contra a ocupação israelenses e não importava ao grupo que
a maior parte dos mortos sejam
norte-americanos.
"Estamos lutando em nosso território ocupado. Nós não vamos
aos EUA ou à França. Os governos americano e francês deveriam
pedir a seus cidadãos que não venham para essas áreas", afirmou
Rantisi. O Hamas assumiu dezenas de atentados na Intifada, o levante contra a ocupação israelense, iniciado em setembro de 2000.
O ministro da Defesa de Israel,
Binyamin Ben Eliezer, disse anteontem que os israelenses realizarão uma retaliação militar ao
atentado na universidade.
Até ontem, porém, não haviam
sido realizadas operações de larga
escala. Já a casa do suicida que feriu sete em atentado em Jerusalém na terça-feira foi demolida
em Beit Jala, perto de Belém.
Israel ocupa as principais cidades palestinas da Cisjordânia desde meados de junho e mantém
cerca de 700 mil palestinos sob toque de recolher durante horas
diariamente.
A Autoridade Nacional Palestina (ANP) temia ontem que Israel
expulsasse o seu presidente, Iasser Arafat, dos territórios palestinos em retaliação ao atentado na
universidade. O ataque foi condenado pela ANP.
A ação terrorista na universidade foi diferente dos anteriores.
Não houve um suicida com explosivos presos ao corpo. A bomba foi colocada dentro de uma sacola sobre uma mesa do refeitório. A polícia israelense investiga a
hipótese de a detonação ter sido
feita à distância, por celular.
O corpo de um israelense morto
a tiros foi encontrado na fronteira
do território de Israel com a Cisjordânia. O motivo da morte era
desconhecido até o fechamento
desta edição. Ao menos 1.473 palestinos e 574 israelenses morreram devido à violência na região
desde o início da Intifada.
Com agências internacionais
Texto Anterior: TVs israelenses podem tirar a CNN do ar Próximo Texto: Guerra sem limites: Senado dos EUA dá US$ 355 bi ao Pentágono Índice
|