DA REDAÇÃO

O Senado dos EUA, que é controlado pelo Partido Democrata (oposição), aprovou ontem um projeto de lei que prevê o repasse de US$ 355,4 bilhões ao Pentágono no próximo ano fiscal, dando ao presidente George W. Bush o dinheiro que ele quer para fazer o maior aumento nos gastos militares do país em duas décadas.
O projeto de lei, que dá US$ 35 bilhões suplementares ao Pentágono em relação ao montante de que ele dispõe hoje, recebeu 95 votos favoráveis e apenas três votos contrários à sua aprovação.
Em junho passado, a Câmara aprovou sua versão do projeto de lei. A Câmara e o Senado ainda precisam harmonizar pequenos pontos das duas versões.
Bush pedira ao Congresso que agilizasse a aprovação do projeto de lei. Para o presidente, o aumento nos gastos militares é necessário para a realização de "operações cruciais" no Afeganistão e para outras operações relacionadas à sua "guerra ao terrorismo".
O Pentágono ainda receberá outros US$ 10 bilhões no futuro próximo. Esse montante é relativo ao que o governo dos EUA chama de "fundo de contingência para épocas de guerra".
Mesmo antes da aprovação do projeto de lei, os gastos militares dos EUA já eram mais elevados do que os dos cinco outros países que mais gastam nessa área. O PIB (total de riquezas produzidas no país) do Brasil é de cerca de US$ 550 bilhões.
O texto aprovado ontem levou em consideração um acordo feito anteriormente para assegurar o financiamento do programa de construção de um sistema antimísseis balísticos, uma promessa de campanha de Bush. Esse acordo foi feito antes de o Senado aprovar um projeto de lei sobre programas militares específicos.
Assim, o governo poderá compensar os US$ 814 milhões que os democratas tinham cortado dos US$ 7,6 bilhões que Bush tinha requisitado para desenvolver o escudo antimísseis com fundos que o Pentágono espera economizar graças aos baixos índices de inflação que o país apresenta.
O projeto de lei diz que US$ 278 milhões deverão ser utilizados para desenvolver sistemas militares especiais de combate. Com isso, o Pentágono pretende desenvolver um projeto para substituir canhões de 40 toneladas por materiais mais leves e, portanto, mais fáceis de serem transportados. O projeto se transformará em lei após a assinatura de Bush, depois da harmonização dos textos.