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Cientista do Exército é investigado por antraz
DA REDAÇÃO
A investigação conduzida pelo
FBI (polícia federal dos Estados
Unidos) sobre os ataques com a
bactéria antraz, que mataram cinco pessoas e infectaram outras 13
no ano passado, aponta para um
cientista que trabalhou para o
Exército norte-americano.
Steven Hatfill, 48, é doutor em
biologia molecular e está entre os
30 cientistas sob escrutínio pelo
FBI na investigação dos ataques.
Autoridades dos EUA afirmam
que o suspeito precisaria ter um
sofisticado conhecimento científico e treinamento técnico para
manipular a bactéria, além de
acesso a um bom laboratório.
Ontem, o apartamento de Hatfill foi novamente vasculhado,
agora com um mandado judicial.
No final de junho, o cientista já
havia permitido que o FBI realizasse busca no local. O cientista
mora em Fort Detrick, Maryland,
a 65 km de Washington.
No mesmo local estão as instalações de pesquisa sobre armas
biológicas do Exército, para quem
Hatfill prestou serviços. Antes
disso, ele trabalhou para o Instituto Médico do Exército para Doenças Infecciosas, que é o centro nacional de pesquisa sobre armamentos biológicos defensivos.
Uma porta-voz da ONU disse
que Hatfill participou de curso de
treinamento para inspetores, que
teriam a missão de averiguar armas de destruição em massa no
Iraque. O Iraque não permitiu a
entrada dos especialistas.
Ontem, uma porta-voz do FBI
declarou apenas que agentes "estão neste momento na residência,
conduzindo uma investigação".
Uma fonte ouvida pela rede
CNN disse que a primeira busca
no apartamento tinha como objetivo localizar traços de antraz. A
de ontem teria outro foco, que
não foi explicitado.
Outra autoridade do órgão negou uma possível detenção do
cientista, ou que ele seria submetido a um interrogatório.
O diretor do FBI, Robert Mueller, não quis comentar a mais recente busca, declarando apenas
que o órgão estava "fazendo progressos" na investigação.
Desde outubro passado, o FBI
vem tentando descobrir o responsável pelos ataques com antraz.
Os incidentes começaram logo
após os ataques terroristas de 11
de setembro. Temia-se, então,
que também fossem obra de extremistas. Osama bin Laden, que
assumiu a autoria dos ataques ao
World Trade Center e ao Pentágono em vídeo divulgado pelo governo dos EUA, disse em vídeo
que "essas doenças" eram "punição divina".
À medida que as investigações
prosseguiram, a hipótese externa
foi descartada. Em dezembro, a
Casa Branca admitiu que evidências apontavam "crescentemente
para uma fonte doméstica".
Em fevereiro, o FBI declarou
que os esporos de antraz encontrados nos ataques eram provenientes de um laboratório do governo norte-americano.
Esporos (forma mais resistente
da bactéria) de antraz foram enviados por carta, e os principais
alvos identificados foram órgãos
de mídia e autoridades políticas,
como membros do Congresso.
Em consequência, funcionários
do correio foram contaminados.
Com agências internacionais
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