São Paulo, sexta-feira, 02 de agosto de 2002

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Iraque receberá inspetor da ONU

DA REDAÇÃO

O Iraque convidou ontem o inspetor-chefe de armas das Nações Unidas, Hans Blix, para ir a Bagdá entabular conversas técnicas. O convite foi interpretado por diplomatas como o primeiro passo concreto do governo iraquiano para permitir a volta da inspeção internacional de armas no país.
Os inspetores de armas da ONU deixaram o Iraque em dezembro de 1998, protestando contra a falta de colaboração das autoridades. A volta dessas inspeções é essencial, segundo os EUA, para que as sanções internacionais contra Bagdá, impostas em 1990, sejam suspensas e para evitar uma ação militar punitiva.
Washington afirma que o regime do ditador do Iraque, Saddam Hussein, desenvolve armas químicas, biológicas e nucleares de destruição em massa. O presidente americano, George W. Bush, afirma pode usar até mesmo uma ação militar unilateral contra o Iraque, se as inspeções não forem restabelecidas.
A carta-convite, assinada pelo chanceler iraquiano, Naji Sabri, afirma que Blix e seus assessores seriam bem-vindos para discutir questões relativas a desarmamento, além de "estabelecer uma base sólida para o próximo estágio das atividades de inspeção".

Senado americano
O destino do Iraque pós-Saddam Hussein pode ser o caos se os Estados Unidos e outras nações não estiverem preparadas para realizar ações no sentido de reconstruir o país, de acordo com especialistas em Iraque ouvidos ontem pela Comissão de Relações Exteriores do Senado americano.
A audiência aconteceu no mesmo dia em que Bush se reuniu com o rei Abdullah, da Jordânia, para discutir a possível ação americana no Iraque.
"A política do meu governo é de uma mudança de regime [no Iraque", pois Saddam Hussein é uma ameaça para a região e para o seu povo", disse Bush. Abdullah discordou de Bush e afirmou que "a paz e a estabilidade na região são o mais importante".
A Casa Branca estaria disposta a empreender uma ampla operação para derrubar o ditador iraquiano. "Se os EUA querem remover o líder iraquiano, devem saber que isso não será uma tarefa barata", disse a analista Phebe Marr.
O Senado está examinando a necessidade de realizar uma ação contra o Iraque para remover Saddam. O Iraque, ao lado do Irã e da Coréia do Norte, é um dos países do que o presidente Bush, denomina como "eixo do mal".
A sessão de ontem no Senado foi dedicada a saber o que poderia acontecer se Saddam fosse derrubado. O senador democrata e presidente da comissão, Joseph Biden, disse: "No Iraque nós não podemos substituir um déspota pelo caos. O longo sofrimento dos iraquianos faz necessário um regime que os beneficie".
Os integrantes da comissão concordaram que é preciso planejar um governo de transição antes de realizar uma invasão para derrubar Saddam.



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