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Iraque receberá inspetor da ONU
DA REDAÇÃO
O Iraque convidou ontem o inspetor-chefe de armas das Nações
Unidas, Hans Blix, para ir a Bagdá
entabular conversas técnicas. O
convite foi interpretado por diplomatas como o primeiro passo
concreto do governo iraquiano
para permitir a volta da inspeção
internacional de armas no país.
Os inspetores de armas da ONU
deixaram o Iraque em dezembro
de 1998, protestando contra a falta
de colaboração das autoridades.
A volta dessas inspeções é essencial, segundo os EUA, para que as
sanções internacionais contra
Bagdá, impostas em 1990, sejam
suspensas e para evitar uma ação
militar punitiva.
Washington afirma que o regime do ditador do Iraque, Saddam
Hussein, desenvolve armas químicas, biológicas e nucleares de
destruição em massa. O presidente americano, George W. Bush,
afirma pode usar até mesmo uma
ação militar unilateral contra o
Iraque, se as inspeções não forem
restabelecidas.
A carta-convite, assinada pelo
chanceler iraquiano, Naji Sabri,
afirma que Blix e seus assessores
seriam bem-vindos para discutir
questões relativas a desarmamento, além de "estabelecer uma base
sólida para o próximo estágio das
atividades de inspeção".
Senado americano
O destino do Iraque pós-Saddam Hussein pode ser o caos se os
Estados Unidos e outras nações
não estiverem preparadas para
realizar ações no sentido de reconstruir o país, de acordo com
especialistas em Iraque ouvidos
ontem pela Comissão de Relações
Exteriores do Senado americano.
A audiência aconteceu no mesmo dia em que Bush se reuniu
com o rei Abdullah, da Jordânia,
para discutir a possível ação americana no Iraque.
"A política do meu governo é de
uma mudança de regime [no Iraque", pois Saddam Hussein é uma
ameaça para a região e para o seu
povo", disse Bush. Abdullah discordou de Bush e afirmou que "a
paz e a estabilidade na região são
o mais importante".
A Casa Branca estaria disposta a
empreender uma ampla operação
para derrubar o ditador iraquiano. "Se os EUA querem remover o
líder iraquiano, devem saber que
isso não será uma tarefa barata",
disse a analista Phebe Marr.
O Senado está examinando a
necessidade de realizar uma ação
contra o Iraque para remover
Saddam. O Iraque, ao lado do Irã
e da Coréia do Norte, é um dos
países do que o presidente Bush,
denomina como "eixo do mal".
A sessão de ontem no Senado
foi dedicada a saber o que poderia
acontecer se Saddam fosse derrubado. O senador democrata e presidente da comissão, Joseph Biden, disse: "No Iraque nós não
podemos substituir um déspota
pelo caos. O longo sofrimento dos
iraquianos faz necessário um regime que os beneficie".
Os integrantes da comissão
concordaram que é preciso planejar um governo de transição antes
de realizar uma invasão para derrubar Saddam.
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