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ÁFRICA
Resolução não cita tropa dos EUA
ONU aprova envio de força de paz à Libéria
ROBERTO DIAS
DE NOVA YORK
O Conselho de Segurança da
ONU aprovou ontem à noite o
envio de uma força militar multinacional para tentar controlar a
situação na Libéria. A resolução,
porém, não inclui um dos principais pontos de discussão -o envio de tropas americanas- e ainda assim provocou racha entre os
membros do Conselho.
Dos 15 membros do órgão, 12
votaram a favor e três (França,
Alemanha, México) se abstiveram, sob o argumento de que o
texto viola suas legislações nacionais. Os três, porém, disseram
apoiar o envio da força multinacional.
O problema, na visão desses
países, é que a resolução impede o
julgamento por tribunais internacionais de eventuais crimes cometidos pelas forças de paz -os
militares só poderão ser levados a
cortes de suas respectivas nações.
O ponto é importante para a política externa americana. O país
tem se recusado a participar de
fóruns mundiais de justiça, como
o Tribunal Penal Internacional.
Mas mesmo aprovando o texto
da maneira que queria, o governo
americano não se comprometeu a
atuar diretamente para tentar um
cessar-fogo na guerra civil que toma o país africano desde 1989 e
que se agravou recentemente.
Apesar dos apelos do secretário-geral da ONU, Kofi Annan, a
posição de Washington é apoiar o
envio de forças da Comunidade
Econômica dos Estados do Oeste
da África. Isso deverá acontecer a
partir de segunda-feira, quando
tropas da Nigéria serão deslocadas para a Libéria. Hoje, o presidente Charles Taylor deve se reunir com representantes do grupo.
Os EUA deverão atuar em funções de suporte às forças multinacionais. O país deverá se encarregar do transporte do segundo batalhão de tropas nigerianas.
A resolução aprovada ontem
autoriza as forças multinacionais
a ficarem nos país por dois meses.
Até 1º de outubro, terão que ser
substituídas por tropas que estejam sob controle da ONU.
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