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São Paulo, sábado, 02 de agosto de 2003

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ÁFRICA

Resolução não cita tropa dos EUA

ONU aprova envio de força de paz à Libéria

ROBERTO DIAS
DE NOVA YORK

O Conselho de Segurança da ONU aprovou ontem à noite o envio de uma força militar multinacional para tentar controlar a situação na Libéria. A resolução, porém, não inclui um dos principais pontos de discussão -o envio de tropas americanas- e ainda assim provocou racha entre os membros do Conselho.
Dos 15 membros do órgão, 12 votaram a favor e três (França, Alemanha, México) se abstiveram, sob o argumento de que o texto viola suas legislações nacionais. Os três, porém, disseram apoiar o envio da força multinacional.
O problema, na visão desses países, é que a resolução impede o julgamento por tribunais internacionais de eventuais crimes cometidos pelas forças de paz -os militares só poderão ser levados a cortes de suas respectivas nações.
O ponto é importante para a política externa americana. O país tem se recusado a participar de fóruns mundiais de justiça, como o Tribunal Penal Internacional.
Mas mesmo aprovando o texto da maneira que queria, o governo americano não se comprometeu a atuar diretamente para tentar um cessar-fogo na guerra civil que toma o país africano desde 1989 e que se agravou recentemente.
Apesar dos apelos do secretário-geral da ONU, Kofi Annan, a posição de Washington é apoiar o envio de forças da Comunidade Econômica dos Estados do Oeste da África. Isso deverá acontecer a partir de segunda-feira, quando tropas da Nigéria serão deslocadas para a Libéria. Hoje, o presidente Charles Taylor deve se reunir com representantes do grupo.
Os EUA deverão atuar em funções de suporte às forças multinacionais. O país deverá se encarregar do transporte do segundo batalhão de tropas nigerianas.
A resolução aprovada ontem autoriza as forças multinacionais a ficarem nos país por dois meses. Até 1º de outubro, terão que ser substituídas por tropas que estejam sob controle da ONU.


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