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AMÉRICA LATINA
Segundo relatório obtido pela "Newsweek", presidente foi amigo de Escobar; Bogotá e Washington negam acusação
Documento dos EUA de 1991 liga Uribe ao narcotráfico
DA REDAÇÃO
Um relatório de 1991 do Departamento da Defesa norte-americano recentemente tornado público vincula o presidente colombiano, Álvaro Uribe, ao cartel narcotraficante de Medellín e a seu líder, Pablo Escobar, revelou a revista americana "Newsweek". A
acusação foi rechaçada com veemência em nota divulgada pelo
governo colombiano e por um
porta-voz de Washington.
O relatório do Pentágono, uma
lista com mais de cem pessoas
suspeitas de ligação com o narcotráfico, descreve Uribe como um
"político colombiano e senador
dedicado a colaborar com o cartel
de Medellín nos mais altos níveis
governamentais".
"Uribe teve relações com uma
empresa envolvida em atividades
do narcotráfico nos Estados Unidos, trabalhou para o cartel e é
amigo pessoal de Pablo Escobar
Gaviria." Escobar foi líder do cartel de Medellín até ser morto pela
polícia, em 1993.
O relatório do Pentágono foi
obtido pela ONG The National
Security Archive e estava embargado para divulgação até hoje,
mas a revista americana decidiu
se antecipar. Os jornais "The New
York Times" e "Los Angeles Times" também devem publicar artigos sobre o assunto.
Reação
Em nota divulgada ontem, a
Presidência colombiana afirma
que essas informações já haviam
sido divulgadas durante a campanha eleitoral de 2002 e que "se trata de uma informação que não foi
avaliada".
A nota afirma que Uribe foi eleito senador três vezes por um movimento político diferente do que
estava sob influência de Escobar e
que nunca manteve negócios fora
da Colômbia.
A nota também afirma que Alberto Uribe Serra, pai do presidente, "foi assassinado pela Frente Cinco das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc)
em 14 de junho de 1983, ao resistir
a uma tentativa de seqüestro".
Acrescenta ainda que, desde o
seu início, o governo Uribe extraditou mais de 170 pessoas a diversos países "para serem julgadas
por narcotráfico e outros delitos,
inclusive a lavagem de ativos".
Em Washington, um porta-voz
do Departamento de Estado demonstrou apoio ao presidente colombiano: "Rechaçamos completamente essas alegações contra o
presidente Uribe. Não temos informação confiável que confirme,
ou dê substância a, um relatório
não avaliado que data de 1991 e
que vincula o presidente Uribe ao
negócio ou tráfico de narcóticos",
disse Robert Zimmerman ao jornal colombiano "El Tiempo".
A revelação contra Uribe ocorre
dias depois de o presidente colombiano ter recebido duas críticas vindas dos Estados Unidos.
Na última quarta-feira, os candidatos democratas a presidente e
vice dos EUA, John Kerry e John
Edwards, e mais 21 senadores enviaram uma carta a Uribe pedindo a ruptura de supostos laços entre o Exército e paramilitares, acusados de controlar parte do narcotráfico colombiano.
O governo vem mantendo uma
complexa e confusa negociação
de paz com as AUC (Autodefesas
Unidas da Colômbia), grupo terrorista de direita cujos principais
líderes têm pedidos de extradição
de Washington por narcotráfico.
Dois dias depois, o embaixador
dos EUA na Colômbia, William
Wood, classificou de "escândalo"
a visita que três paramilitares haviam feito na véspera ao Congresso, com aval de Uribe.
Com agências internacionais
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