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IRAQUE SOB TUTELA
Polícia acha 20 corpos decapitados
Constituição será entregue dia 15, diz líder de comitê redator iraquiano
DA REDAÇÃO
A quinze dias de expirar o prazo
para a conclusão do texto da nova
Constituição do Iraque e nada
além de uma versão preliminar
em debate, o chefe da comissão
encarregada de redigir o texto,
Humam Hammudi, afirmou ontem que o prazo será cumprido.
"Nós temos como concluí-la até
15 de agosto", disse Hammudi.
Mas a comissão, composta por 72
representantes xiitas, sunitas e
curdos, ainda enfrenta divergências sobre "cinco ou seis pontos",
segundo seu líder, e um capítulo
inteiro precisa ser escrito.
Entre as questões que criaram
impasse, estão o federalismo, a separação entre religião e Estado (a
introdução da versão preliminar
cita o islã como a "principal fonte
da legislação" do país) e os direitos femininos.
Os constituintes cogitaram pedir uma extensão de seis meses no
prazo, diante da complexidade do
debate e da dificuldade em integrar os sunitas ao processo. No
início, apenas dois representantes
da corrente islâmica minoritária
no Iraque participavam do comitê, resultado do boicote sunita às
eleições legislativas de janeiro.
Depois de semanas de negociação, a representação foi ampliada
para 17 cadeiras.
Mas os redatores têm enfrentado pressão de Bagdá e também de
Washington, que fixou o cronograma de transição.
Se entregue em 15 de agosto, o
texto deve ser votado pela Assembléia Nacional e submetido a consulta popular até o final do ano.
Caso seja aprovada por 16 das 18
Províncias iraquianas, a Carta entra em vigor no início de 2006. O
governo dos EUA espera que seu
cumprimento leve à possibilidade
de reduzir a presença de tropas
americanas no Iraque e à amenização da violência no país.
Ontem, a polícia de Bagdá
anunciou a descoberta de 20 cadáveres decapitados e amarrados
perto de uma escola, em um bairro no sudoeste da capital. Todos
estavam crivados de balas, e alguns tinham sinais de tortura.
Testemunhas disseram ter visto
um caminhão deixar os corpos,
todos de homens aparentemente
com idades entre 18 e 45 anos.
O governo teme que incidentes
como esse acirrem as tensões sectárias no país, afloradas desde o
fim oficial da ocupação americana, em junho de 2004.
Com agências internacionais
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