São Paulo, segunda-feira, 02 de agosto de 2010

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Diplomacia perde espaço, afirma analista

ANDRÉ LOBATO
DE SÃO PAULO

Para o estudioso das relações entre Irã e EUA Trita Parsi, uma guerra no Irã "representaria retrocesso no avanço da democracia na região".
Ele especula que o conflito é possível em dois anos, embora "pouco provável", mas afirma que é difícil determinar qual seria o estopim.
Em sua análise, falta clareza dos EUA sobre suas intenções com o Irã.
Segundo ele, a maneira "rápida" e "agressiva" com que o acordo firmado entre Brasil, Turquia e Irã foi negado pelos EUA é um indicativo de que a diplomacia perde espaço para a guerra.
Para Parsi, a carta enviada pelo americano Barack Obama ao presidente Lula que estimulava o diálogo com o Irã é um exemplo dessa ausência de clareza. O esforço de "Lula e do premiê turco [Recep] Erdogan não foi ingênuo, mas habilidoso", opina.
"Acho que os EUA pensaram que seria interessante se posicionarem como a favor da diplomacia mesmo que naquele ponto já não quisessem mais aquele acordo."
Segundo ele, o acordo serviria para dar continuidade à via diplomática.
Outro fato que mostra a troca das conversas de paz por de guerra foi a saída de Jim Limbert do Departamento de Estado dos EUA na semana passada. Segundo Parsi, a renúncia de um dos maiores conhecedores do Irã indica o enfraquecimento da "diplomacia e da paciência".


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