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Diplomacia perde espaço, afirma analista
ANDRÉ LOBATO
DE SÃO PAULO
Para o estudioso das relações entre Irã e EUA Trita Parsi, uma guerra no Irã "representaria retrocesso no avanço da democracia na região".
Ele especula que o conflito
é possível em dois anos, embora "pouco provável", mas
afirma que é difícil determinar qual seria o estopim.
Em sua análise, falta clareza dos EUA sobre suas intenções com o Irã.
Segundo ele, a maneira
"rápida" e "agressiva" com
que o acordo firmado entre
Brasil, Turquia e Irã foi negado pelos EUA é um indicativo
de que a diplomacia perde
espaço para a guerra.
Para Parsi, a carta enviada
pelo americano Barack Obama ao presidente Lula que
estimulava o diálogo com o
Irã é um exemplo dessa ausência de clareza. O esforço
de "Lula e do premiê turco
[Recep] Erdogan não foi ingênuo, mas habilidoso", opina.
"Acho que os EUA pensaram que seria interessante se
posicionarem como a favor
da diplomacia mesmo que
naquele ponto já não quisessem mais aquele acordo."
Segundo ele, o acordo serviria para dar continuidade à
via diplomática.
Outro fato que mostra a
troca das conversas de paz
por de guerra foi a saída de
Jim Limbert do Departamento de Estado dos EUA na semana passada. Segundo Parsi, a renúncia de um dos
maiores conhecedores do Irã
indica o enfraquecimento da
"diplomacia e da paciência".
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