São Paulo, sábado, 02 de setembro de 2006

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Villepin abre convenção com apelo por união

Premiê francês compete com ministro Nicolas Sarkozy para disputar a Presidência pela UMP, de direita

DA REDAÇÃO

Na abertura ontem da convenção de três dias da União para um Movimento Popular (UMP), o premiê francês, Dominique de Villepin, fez um apelo para que seu partido se una em tempo para as eleições presidenciais de 2007.
Um dos mais fortes candidatos à Presidência da UMP até o ano passado, quando os protestos estudantis nos subúrbios franceses derrubaram sua popularidade, Villepin enfrenta o ministro do Interior, Nicolas Sarkozy, na batalha dentro da legenda pela indicação.
Apesar do favoritismo de Sarkozy, porém, Villepin deixou em aberto a possibilidade de manter de sua candidatura.
"Esse é meu compromisso: nossa família estará unida para as eleições do ano que vem", disse Villepin na reunião em Marselha. "Sabemos o preço das divisões e já pagamos caro por isso. Hoje sabemos melhor que qualquer um que nos momentos importantes devemos nos unir." O premiê insistiu que não tem uma má relação com Sarkozy, a quem chamou de "enérgico, determinado e corajoso". "Compartilhamos a mesma ambição."
Já para o atual presidente, Jacques Chirac, 73, as chances de um terceiro mandato após mais de uma década no poder são mínimas.
Sarkozy fecha a convenção no domingo com um discurso sobre ecologia e juventude, em um esforço para alavancar sua candidatura em outras áreas que não a de segurança.
Internamente, ele conta com o apoio do chamado bloco "sarkozista", que inclui os ministros Jean-François Cope (Orçamento), Dominique Perben (Transportes), Renaud Dutreil (Funcionalismo Público) e outros, segundo o "Le Monde".
Em uma entrevista à revista do jornal "Le Figaro", o ministro falou pela primeira vez de temas como o casamento gay, dizendo-se contrário tanto à união quanto à adoção de crianças por casais do mesmo sexo.
"Crianças precisam de um pai e de uma mãe", afirmou Sarkozy. "Por outro lado, sou profundamente hostil a qualquer tipo de discriminação. Devemos portanto criar um sistema que nos níveis fiscal, patrimonial e de herança garanta igualdade entre casais homossexuais e heterossexuais."
Sarkozy também não poupou críticas a Ségolène Royal, apontada como candidata favorita socialista. "A contribuição da senhora Royal ao debate de idéias é próxima do zero", disse. Mas afirmou: "qualquer que seja o candidato socialista, será perigoso".
Segundo pesquisa publicada pelo jornal "Le Parisien", o apoio a Royal caiu depois da convenção do Partido Socialista em La Rochelle, no fim de semana passado, apesar de seguir alto. Consideraram que ela seja a melhor candidata da oposição 47% dos entrevistados. Antes, eram 54%.


Com agências internacionais

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