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EUROPA
Projeto de lei segue ao Parlamento; igreja protesta e afirma que decisão ameaça introduzir um "vírus" na sociedade
Governo espanhol propõe casamento gay
DA REUTERS
Uma controvertida lei que dá
aos casais homossexuais os mesmos direitos de casamento, divórcio e adoção de filhos de que desfrutam os heterossexuais foi aprovada ontem pelo governo socialista da Espanha.
O projeto de lei, que agora será
encaminhado ao Parlamento, deflagrou uma reação furiosa da
Igreja Católica, que advertiu que
ele acarreta o risco de "introduzir
um vírus na sociedade".
No entanto, as pesquisas demonstram que a medida desfruta
de firme apoio em meio à população cada vez mais liberal do país.
A lei tornará a Espanha, um país
de fortes tradições católicas, a terceira nação do mundo a legalizar
o casamento homossexual, depois da Holanda e da Bélgica. Alguns outros países adotaram leis
cujas cláusulas admitem o reconhecimento de uniões estáveis
entre homossexuais.
"Estamos pondo fim a séculos
de discriminação. A Espanha está
agora na vanguarda da Europa e
do mundo no combate a essa discriminação", disse a primeira-ministra assistente, Maria Teresa
Fernandez de la Vega.
A decisão representa o fim de
uma longa transição no país. Durante sua ditadura, Francisco
Franco (1892-1975) tornou o homossexualismo ilegal.
Até mesmo o principal partido
de oposição de centro-direita
anunciou o apoio à legalização de
alguma forma de união homossexual, se bem não acredite que essas uniões devam ser equivalentes
ao casamento heterossexual.
Nos EUA, onde os casamentos
homossexuais se tornaram uma
questão controversa, tanto o presidente George W. Bush quanto
seu adversário democrata John
Kerry expressaram oposição ao
casamento homossexual.
Especialmente importante para
muitos casais, mas uma das implicações mais controvertidas da
lei, é o direito à adoção.
"Já há milhares de crianças na
Espanha vivendo com pais homossexuais, diz De la Vega.
O primeiro-ministro, José Luís
Zapatero, fez da legalização do casamento homossexual uma das
plataformas essenciais de sua
campanha nas eleições de março,
nas quais conquistou vitória surpreendente logo após um atentado em série cometido pela Al Qaeda, que matou 191 pessoas.
O projeto é parte de um pacote
de medidas liberais, que incluem
um relaxamento das normas para
divórcio e a autorização de pesquisas com embriões, todas combatidas pela igreja, que diz que as
medidas ameaçam as fundações
morais da sociedade espanhola.
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