DA REDAÇÃO

Com 88% dos votos contados, as eleições para prefeitos da Hungria, realizadas ontem, registraram um significativo aumento de poder da centro-direita, opositora do atual governo. A união formada pelo Fidesz, partido de direita, conquistou 15 das 23 prefeituras de grandes cidades país.
Em Budapeste, onde o atual prefeito, Gábor Demzky, no cargo há 16 anos, concorre a um novo mandato contra o independente István Tárlos, que tem apoio do Fidesz, a contagem parcial indica a predominância da coalizão socialista.
Cerca de 8,2 milhões de húngaros foram às urnas, e a escolha do novo prefeito de Budapeste é acompanhada de perto pela União Européia. Atenta à instabilidade política e econômica do país, a UE anseia por reformas econômicas prometidas e postergadas. Integrante da UE desde 2004, a Hungria é dona do maior déficit público do bloco.
O presidente da Hungria Lazlo Solyom afirmou ontem, em discurso, que o premiê Ferenc Gyurcsany, do Partido Socialista, usou "meios impróprios" para vencer as eleições de abril. Em uma fita vazada à imprensa em 17 de setembro, Gyurcsany admitiu ter maquiado números da economia para ganhar o pleito. O episódio gerou indignação e uma série de protestos.
Caso a oposição vença em Budapeste, a situação de Gyurcsany, que se nega a deixar o cargo, pode se tornar insustentável e colocar em xeque os compromissos políticos do país com a UE.