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ARGENTINA
Buenos Aires adota proibição de fumo em local público
BRUNO LIMA
DE BUENOS AIRES
Quem se lembra de Buenos Aires como a capital dos
cafés charmosos e enfumaçados, sempre cheios de gente lendo jornal, precisa voltar
e descobrir outra vez a cidade. O cafezinho e os jornais
continuam nas mesas -mas
o cigarro, não.
Desde ontem, sob protestos dos fumantes, está em vigor na capital argentina lei
que proíbe fumar em cafés,
bares, restaurantes, discotecas e shoppings.
A multa para o estabelecimento é de até 2.000 pesos
(R$ 1.400), e os valores serão
revertidos ao combate ao fumo. Podendo atuar à paisana, 250 inspetores fazem a
fiscalização.
Somente os lugares com
mais de 100 m2 (20% dos estabelecimentos) poderão ter
área especial para fumantes.
Mesmo nessa categoria,
muitos, como o tradicional
café La Biela, no coração da
Recoleta, ainda não tiveram
tempo de se adaptar e proibiram totalmente o fumo.
Ontem de manhã, na movimentada avenida Santa Fé,
ambulantes andavam, de café em café, vendendo plaquinhas de "É proibido fumar".
Javier Vedoya, 21, do café
Él Trébol, comprou três. Ele
diz temer que o movimento
diminua até que as pessoas
se acostumem. "Tivemos
problema com clientes típicos, que se irritaram. A
maioria fuma bastante."
A lei também aumentou
de 16 para 18 anos a idade
mínima para comprar cigarros na cidade e proíbe, a partir do ano que vem, anúncios
de cigarro na rua.
Há um projeto de lei para
nacionalizar a proibição, que
também já existe em grandes cidades, como Córdoba e
Rosário, onde surgiram inclusive "clubes de fumantes"
-bares exclusivos para reunir os que fumam.
Segundo dados do Ministério da Saúde argentino, 40
mil pessoas morrem por ano
no país por causa do cigarro
-entre os quais 6.000 são
fumantes passivos.
Entre os adultos, 40,4%
fumam.
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