São Paulo, segunda-feira, 02 de outubro de 2006

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ARGENTINA

Buenos Aires adota proibição de fumo em local público

BRUNO LIMA
DE BUENOS AIRES

Quem se lembra de Buenos Aires como a capital dos cafés charmosos e enfumaçados, sempre cheios de gente lendo jornal, precisa voltar e descobrir outra vez a cidade. O cafezinho e os jornais continuam nas mesas -mas o cigarro, não.
Desde ontem, sob protestos dos fumantes, está em vigor na capital argentina lei que proíbe fumar em cafés, bares, restaurantes, discotecas e shoppings.
A multa para o estabelecimento é de até 2.000 pesos (R$ 1.400), e os valores serão revertidos ao combate ao fumo. Podendo atuar à paisana, 250 inspetores fazem a fiscalização.
Somente os lugares com mais de 100 m2 (20% dos estabelecimentos) poderão ter área especial para fumantes. Mesmo nessa categoria, muitos, como o tradicional café La Biela, no coração da Recoleta, ainda não tiveram tempo de se adaptar e proibiram totalmente o fumo.
Ontem de manhã, na movimentada avenida Santa Fé, ambulantes andavam, de café em café, vendendo plaquinhas de "É proibido fumar".
Javier Vedoya, 21, do café Él Trébol, comprou três. Ele diz temer que o movimento diminua até que as pessoas se acostumem. "Tivemos problema com clientes típicos, que se irritaram. A maioria fuma bastante."
A lei também aumentou de 16 para 18 anos a idade mínima para comprar cigarros na cidade e proíbe, a partir do ano que vem, anúncios de cigarro na rua.
Há um projeto de lei para nacionalizar a proibição, que também já existe em grandes cidades, como Córdoba e Rosário, onde surgiram inclusive "clubes de fumantes" -bares exclusivos para reunir os que fumam.
Segundo dados do Ministério da Saúde argentino, 40 mil pessoas morrem por ano no país por causa do cigarro -entre os quais 6.000 são fumantes passivos.
Entre os adultos, 40,4% fumam.


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