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Enviado da ONU espera 3 dias por reunião com ditador de Mianmar
Representante das Nações Unidas encontrará hoje o chefe da junta militar
DA REDAÇÃO
O general Than Shwe, chefe
da junta militar que governa
Mianmar, aceitou reunir-se
hoje com o enviado da ONU,
Ibrahim Gambari. O representante chegou ao país no sábado
para discutir meios de acabar
com a repressão violenta. Anteontem, ele encontrou-se com
a principal líder da oposição,
Aung San Suu Kyi, que é mantida em prisão domiciliar, e com
membros da junta. O esperado
encontro com Shwe, porém,
não ocorreu.
Quebrando o protocolo diplomático e dando um sinal claro da dificuldade da missão de
Gambari, Shwe fez o representante da ONU esperar por três
dias. Ontem, ele foi mandado
para uma conferência acadêmica no norte do país. O encontro
com Shwe -propósito declarado da missão- foi agendado para hoje, o último dia da duração
prevista da viagem.
Violentamente reprimidos,
os protestos desapareceram
das ruas de Mianmar nesta semana. O cerco militar a Yangun, principal cidade do país,
foi suspenso, mas as tropas de
choque ainda monitoram a cidade em helicópteros. Na quinta, soldados abriram fogo contra uma multidão desarmada e, desde então, os protestos -que
chegaram a reunir 100 mil na
contestação mais visível ao regime desde 1988- perderam
força. O aumento de 500% no
preço dos combustíveis foi o estopim das manifestações.
"As pessoas estão engajadas,
mas não podem fazer nada porque estão sob a mira de armas",
disse à agência Associated
Press um professor de 68 anos,
não identificado. "Eu acho que
os protestos acabaram porque
não há esperança de pressioná-los [aos membros da junta]."
Os países da região, clientes
dos recursos energéticos de
Mianmar, têm sido relutantes
em condenar as ações do governo. Apenas Tóquio criticou
abertamente a repressão, após
a morte de um fotógrafo japonês em Yangun. Os EUA reiteraram ontem o pedido para que
China e Índia adotem sanções
contra Mianmar.
O premiê da China -considerada a nação com maior influência sobre Mianmar-
exortou no final de semana "todas as partes envolvidas" a usarem meios pacíficos para resolver a crise. A fala é a mais enfática já feita em relação ao regime militar instaurado há 45
anos no país vizinho.
Com agências internacionais
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