São Paulo, terça-feira, 02 de outubro de 2007

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Enviado da ONU espera 3 dias por reunião com ditador de Mianmar

Representante das Nações Unidas encontrará hoje o chefe da junta militar

DA REDAÇÃO

O general Than Shwe, chefe da junta militar que governa Mianmar, aceitou reunir-se hoje com o enviado da ONU, Ibrahim Gambari. O representante chegou ao país no sábado para discutir meios de acabar com a repressão violenta. Anteontem, ele encontrou-se com a principal líder da oposição, Aung San Suu Kyi, que é mantida em prisão domiciliar, e com membros da junta. O esperado encontro com Shwe, porém, não ocorreu.
Quebrando o protocolo diplomático e dando um sinal claro da dificuldade da missão de Gambari, Shwe fez o representante da ONU esperar por três dias. Ontem, ele foi mandado para uma conferência acadêmica no norte do país. O encontro com Shwe -propósito declarado da missão- foi agendado para hoje, o último dia da duração prevista da viagem.
Violentamente reprimidos, os protestos desapareceram das ruas de Mianmar nesta semana. O cerco militar a Yangun, principal cidade do país, foi suspenso, mas as tropas de choque ainda monitoram a cidade em helicópteros. Na quinta, soldados abriram fogo contra uma multidão desarmada e, desde então, os protestos -que chegaram a reunir 100 mil na contestação mais visível ao regime desde 1988- perderam força. O aumento de 500% no preço dos combustíveis foi o estopim das manifestações.
"As pessoas estão engajadas, mas não podem fazer nada porque estão sob a mira de armas", disse à agência Associated Press um professor de 68 anos, não identificado. "Eu acho que os protestos acabaram porque não há esperança de pressioná-los [aos membros da junta]."
Os países da região, clientes dos recursos energéticos de Mianmar, têm sido relutantes em condenar as ações do governo. Apenas Tóquio criticou abertamente a repressão, após a morte de um fotógrafo japonês em Yangun. Os EUA reiteraram ontem o pedido para que China e Índia adotem sanções contra Mianmar.
O premiê da China -considerada a nação com maior influência sobre Mianmar- exortou no final de semana "todas as partes envolvidas" a usarem meios pacíficos para resolver a crise. A fala é a mais enfática já feita em relação ao regime militar instaurado há 45 anos no país vizinho.


Com agências internacionais


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