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Carro do presidente levou 4 tiros no resgate
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Ao fim de 12 horas dentro
de um hospital em Quito, o
presidente do Equador, Rafael Correa, reemergiu anteontem às 21h30 locais
(23h30 em Brasília) para ser
logo alvo de tiros disparados
pela polícia rebelada.
Ao menos quatro balas
atingiram o veículo blindado
que o retirava do local, mas o
presidente não se feriu.
Poucos momentos antes,
ele havia deixado o prédio
em uma cadeira de rodas e
usando uma máscara de gás.
No início do dia, Correa
deu entrada no hospital após
ser atingido com uma bomba
de gás lacrimogêneo. Disse
estar "sequestrado" no local.
Seu resgate foi obra do
GOE (Grupo de Operações Especiais), uma tropa de elite
da polícia que se manteve fiel
a ele, e não de militares, como inicialmente divulgado.
Um comboio de três veículos tirou o presidente do local, em operação acompanhada ao vivo por uma emissora de TV.
O veículo que carregava
Correa foi escoltado a pé por
membros do GOE ostentando
escudos. Ao ser alvo dos tiros, pelo menos um dos policiais da escolta foi morto.
VIVA O PRESIDENTE!
Nos arredores, partidários
de Correa que haviam ido ao
local buscavam abrigo.
"Ao chão! Abaixem a cabeça! Para baixo, para baixo!",
gritava um. "São balas de
verdade."
"Por que fazem isso conosco? Estamos desarmados, somo do povo", disse outro.
Muitos entoavam gritos de
"Viva Correa, abaixo aos chapas [policiais]" e corriam.
"Aí vai Correa, viva nosso
presidente", gritaram alguns. As operações, segundo
os relatos, eram acompanhadas por mulheres, jovens e
adultos.
O comboio do presidente
do Equador saiu então em alta velocidade em direção ao
palácio do governo, no qual
uma multidão o aguardava.
"Vamos à praça [da Independência]! Vamos [atrás] de
Correa", gritavam alguns dos
que presenciaram o resgate.
De volta ao palácio, Correa, em discurso inflamado,
saudou os partidários "prontos até a morrer para salvar a
democracia". "Eles queriam
mortes, queriam sangue."
Durante o dia, o líder
equatoriano havia denunciado a meios de comunicação
estar "sequestrado" no local
e sofrer perseguição nos corredores do próprio hospital.
Segundo Correa, ele estava impedido de governar o
país diretamente.
Fernando Vargas, um dos
diretores do hospital, negou
que o presidente tenha sido
sequestrado.
Segundo ele, o resgate foi
um "assalto selvagem", que
ameaçou a segurança de mulheres e crianças que estavam internadas.
FOLHA.com
Veja vídeo do resgate do
presidente do Equador
folha.com.br/mu808031
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