São Paulo, sábado, 02 de outubro de 2010

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Carro do presidente levou 4 tiros no resgate

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Ao fim de 12 horas dentro de um hospital em Quito, o presidente do Equador, Rafael Correa, reemergiu anteontem às 21h30 locais (23h30 em Brasília) para ser logo alvo de tiros disparados pela polícia rebelada.
Ao menos quatro balas atingiram o veículo blindado que o retirava do local, mas o presidente não se feriu.
Poucos momentos antes, ele havia deixado o prédio em uma cadeira de rodas e usando uma máscara de gás.
No início do dia, Correa deu entrada no hospital após ser atingido com uma bomba de gás lacrimogêneo. Disse estar "sequestrado" no local.
Seu resgate foi obra do GOE (Grupo de Operações Especiais), uma tropa de elite da polícia que se manteve fiel a ele, e não de militares, como inicialmente divulgado.
Um comboio de três veículos tirou o presidente do local, em operação acompanhada ao vivo por uma emissora de TV.
O veículo que carregava Correa foi escoltado a pé por membros do GOE ostentando escudos. Ao ser alvo dos tiros, pelo menos um dos policiais da escolta foi morto.

VIVA O PRESIDENTE!
Nos arredores, partidários de Correa que haviam ido ao local buscavam abrigo. "Ao chão! Abaixem a cabeça! Para baixo, para baixo!", gritava um. "São balas de verdade."
"Por que fazem isso conosco? Estamos desarmados, somo do povo", disse outro. Muitos entoavam gritos de "Viva Correa, abaixo aos chapas [policiais]" e corriam.
"Aí vai Correa, viva nosso presidente", gritaram alguns. As operações, segundo os relatos, eram acompanhadas por mulheres, jovens e adultos.
O comboio do presidente do Equador saiu então em alta velocidade em direção ao palácio do governo, no qual uma multidão o aguardava.
"Vamos à praça [da Independência]! Vamos [atrás] de Correa", gritavam alguns dos que presenciaram o resgate.
De volta ao palácio, Correa, em discurso inflamado, saudou os partidários "prontos até a morrer para salvar a democracia". "Eles queriam mortes, queriam sangue."
Durante o dia, o líder equatoriano havia denunciado a meios de comunicação estar "sequestrado" no local e sofrer perseguição nos corredores do próprio hospital.
Segundo Correa, ele estava impedido de governar o país diretamente.
Fernando Vargas, um dos diretores do hospital, negou que o presidente tenha sido sequestrado.
Segundo ele, o resgate foi um "assalto selvagem", que ameaçou a segurança de mulheres e crianças que estavam internadas.

FOLHA.com
Veja vídeo do resgate do presidente do Equador
folha.com.br/mu808031


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