São Paulo, sexta-feira, 02 de novembro de 2001

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Turquia é o 1º país islâmico a enviar soldados

DA REDAÇÃO

A Turquia se tornou ontem o primeiro país islâmico a tomar a decisão de contribuir militarmente na campanha militar liderada pelos Estados Unidos no território afegão.
Um força especial composta por 90 homens será enviada para o norte do Afeganistão, na região controlada pela Aliança do Norte, opositora do regime extremista Taleban, que domina a maior parte do país.
O governo da Turquia, único país muçulmano a integrar a Otan (aliança militar ocidental, liderada pelos EUA), afirmou que as tropas terão como função combater o terrorismo, treinar os opositores afegãos e participar de ações humanitárias. Segundo o premiê Bulent Ecevit, "é preciso remover o Taleban do poder".
O regime afegão está sendo alvo dos ataques liderados pelos norte-americanos por estar dando guarida ao saudita Osama bin Laden e a sua rede terrorista, a Al Qaeda, acusados de envolvimento nos atentados do dia 11 de setembro contra os EUA.
Pelo menos 20 soldados já estariam sendo enviados este fim de semana para a região, onde farão os primeiros contatos com opositores afegãos e forças dos EUA baseadas na área.

Experientes
A presença dos soldados turcos não será importante apenas pelo caráter simbólico de eles serem muçulmanos em uma ação militar comandada por um país ocidental contra um país islâmico.
Combatentes experientes, os turcos são acostumados a operações em terrenos montanhosos, semelhantes aos do Afeganistão, pois se confrontam há mais de 15 anos com os separatistas curdos na Turquia. A região de maioria curda no país está localizada em uma zona montanhosa, no sudeste do território turco.

Laços
Outra vantagem dos turcos está na laços étnicos muito próximos dos uzbeques, uma das etnias que controlam a Aliança do Norte. A outra é a tadjique. Tanto o Afeganistão como o Taleban são majoritariamente pashtus.
A decisão do governo turco de se envolver militarmente no conflito acontece um dia após o premiê Ecevit ter afirmado que não havia nenhuma decisão do país no sentido de apoiar militarmente os norte-americanos.


Com agências internacionais



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