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IRAQUE OCUPADO
Levantamento mostra que menos da metade da população acha que deposição de Saddam foi o melhor fato do ano
79% dos iraquianos desconfiam da coalizão, diz pesquisa
DA REDAÇÃO
Diante da crescente violência
no Iraque ocupado -cujo saldo
no fim de semana foi de 54 iraquianos, três soldados americanos e 12 civis de outros países
mortos -, uma pesquisa mostrou que 79% dos iraquianos não
confiam nas tropas de ocupação e
75% têm reservas quanto à Autoridade Provisória da Coalizão.
Entretanto 78% afirmaram desconfiar dos partidos políticos do
país e apenas 7% apontaram "um
governo democrático e independente" como prioridade.
Os números aparecem em uma
pesquisa com 3.244 pessoas divulgada ontem pelo grupo britânico
Oxford Research International e
realizada entre meados de outubro e meados de novembro em
colaboração com as universidades de Dohuk e de Bagdá. A margem de erro não foi divulgada.
De acordo com o estudo, menos
da metade dos iraquianos (42%)
vê a deposição do ditador Saddam Hussein pelos EUA como "a
melhor coisa" ocorrida no país no
último ano, e 35% das pessoas
apontam a guerra como "a pior
coisa" no período. Como prioridade para 2004, 40% colocaram
"a paz e a estabilidade", 17% disseram "uma vida melhor" e 7%
apontaram "um governo democrático e independente".
A pesquisa foi realizada no período de maior violência no país
desde o anúncio do fim dos principais combates, em 1º de maio.
Ataques que ganharam força sobretudo no último mês visaram
não somente as tropas americanas, como vinha ocorrendo na
maior parte dos casos até então,
mas também cidadãos de países
que se aliaram aos EUA, políticos
e policiais locais que colaboram
com a ocupação e até organismos
humanitários e civis iraquianos.
Apesar de a situação parecer estar cada vez pior, o secretário da
Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, reiterou que a situação na
maior parte do Iraque é estável.
No último domingo, um embate entre soldados americanos e
supostos insurgentes em Samarra
(norte) resultou na morte de 54
iraquianos e em 22 feridos.
Segundo o comando dos EUA
-que anunciara 46 mortos mas
revisou o número-, os suspeitos
tentavam emboscar um comboio
que levava cédulas de dinheiro.
Já a polícia iraquiana cita oito civis mortos. Um policial afirmou
que os soldados americanos, ao
serem atacados, abriram fogo indistintamente, atingindo civis. O
comando americano nega a versão e diz ter visado agressores que
preparavam uma emboscada "altamente coordenada".
A ação dos EUA sucedeu uma
série de ataques contra seus aliados -sete agentes do serviço secreto espanhol e dois diplomatas
japoneses foram mortos no sábado, e dois sul-coreanos e um colombiano morreram domingo.
Além disso, dois soldados americanos morreram em ataques, e
ontem mais um foi morto em
uma emboscada em Habbaniya
(noroeste), elevando para 188 o
número de baixas dos EUA em
ações hostis no pós-guerra.
No Japão, o premiê Junichiro
Koizumi reafirmou o compromisso com a reconstrução iraquiana. No entanto Koizumi, reeleito em novembro, enfrenta a
crescente oposição da imprensa e
da população japonesas à decisão.
Uma pesquisa divulgada ontem
pelo jornal "Mainichi Shimbun",
um dos maiores do país, mostrou
que 83% dos japoneses têm reservas quanto ao envio de tropas.
A mesma enquete apontou uma
queda de 14 pontos percentuais
no apoio ao premiê, para 42%.
Foram entrevistadas 1.036 pessoas durante o fim de semana, um
quarto das quais após a morte dos
diplomatas. A margem de erro
não foi informada.
Com agências internacionais
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