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"EIXO DO MAL"
Presidente diz querer "península coreana livre de armas nucleares" e afirma esperar solução "pacífica" para a crise
Bush pede pressão sobre Coréia do Norte
DA REDAÇÃO
O presidente dos EUA, George
W. Bush, afirmou ontem que espera que a península coreana seja
uma "zona livre de armas nucleares" e sugeriu que os aliados dos
EUA na região devem ajudar a
pressionar a Coréia do Norte a
suspender seu programa de armas nucleares.
"Eles [os aliados dos americanos" devem estar colocando pressão sobre a Coréia do Norte, mas
vocês não sabem sobre isso", disse ele a jornalistas em seu rancho
em Crawford, no Texas, sugerindo que há mais esforços diplomáticos em curso do que é conhecido
publicamente.
"Estamos trabalhando com os
aliados na região para explicar
claramente à Coréia do Norte que
não é do interesse dela a proliferação de armas de destruição em
massa", disse Bush. "Esperamos
que a península coreana seja livre
de armas nucleares", afirmou.
Bush disse acreditar que o impasse sobre o programa de armas
nucleares seja resolvido "pacificamente". Segundo ele, a questão é
"diplomática, não militar".
Apesar disso, Bush fez uma crítica direta ao ditador norte-coreano, Kim Jong-il, afirmando não
ter "coração" aquele que "faz seu
povo passar fome". "Uma das razões pelas quais as pessoas estão
passando fome é que o líder da
Coréia do Norte não faz nada para
ter uma economia forte e para que
eles possam se alimentar", disse.
Bush disse que os EUA "são um
dos maiores doadores de alimentos para o povo norte-coreano".
Uma fonte do governo americano
disse ontem à agência de notícias
France Presse que os EUA pretendem manter sua ajuda alimentar à
Coréia do Norte.
No início do ano passado, Bush
incluiu a Coréia do Norte, ao lado
de Irã e Iraque, no que chamou de
"eixo do mal", de países que estariam desenvolvendo armas de
destruição em massa.
No fim do ano passado, a Coréia
do Norte admitiu estar desenvolvendo um programa nuclear,
provocando a suspensão, pelos
EUA, de um acordo que previa o
envio de petróleo ao país. Em reação, a Coréia do Norte expulsou
do país inspetores das Nações
Unidas e anunciou a reativação
do reator nuclear de Yongbyon.
Na semana passada, o secretário
da Defesa dos EUA, Donald
Rumsfeld, fez uma advertência à
Coréia do Norte e afirmou que os
americanos estão prontos para lutar e vencer duas guerras simultâneas -com o Iraque e com a Coréia do Norte-, se necessário.
Apoio chinês
A Coréia do Sul conseguiu ontem o apoio da China, tradicional
aliada da Coréia do Norte na região, para pressionar diplomaticamente o país a suspender seu
programa nuclear e reduzir a tensão. "Temos de mobilizar todos
os recursos diplomáticos para encontrar uma solução pacífica para
o problema, que está diretamente
ligado à estabilidade e à prosperidade de nossa nação", disse o ministro das Relações Exteriores sul-coreano, Choi Sung-hong.
Em um encontro em Pequim, o
vice-primeiro-ministro da Coréia
do Sul, Lee Tae-sik, e o vice-chanceler chinês, Wang Yi, acordaram
que os dois países trabalharão em
conjunto para tentar resolver a
questão "pacificamente", por
meio do diálogo.
"Os dois lados trabalharão para
evitar que a situação se torne ainda mais grave", disse o ministro
sul-coreano dos Assuntos de Ásia
e Pacífico, Shin Jung-seung.
O vice-chanceler da Coréia do
Sul, Kim Hang-kyung, deve viajar
hoje a Moscou para encontrar o
vice-chanceler russo, Alexander
Losyukov, para pedir também o
apoio da Rússia, outro tradicional
aliado da Coréia do Norte.
No início da semana que vem,
membros dos governos de Coréia
do Sul, Japão e EUA farão um encontro em Washington para discutir a crise na Coréia do Norte.
O governo sul-coreano busca o
apoio chinês e russo para tentar
convencer os EUA sobre a viabilidade de uma saída diplomática
para a crise.
A Coréia do Norte diz que abandonará suas ambições nucleares
somente se o governo americano
assinar um pacto de não-agressão. Mas os EUA dizem que só iniciarão negociações quando a Coréia do Norte abandonar seu programa nuclear, alegando que não
podem ceder a "chantagem".
"Não creio que esse seja um
problema impossível de ser resolvido", afirmou o presidente da
Coréia do Sul, Kim Dae-jung, que
pediu a EUA e Coréia do Norte
que iniciassem conversações.
Com agências internacionais
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