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Processos começaram após o golpe de 1989
do enviado especial
Alfredo e Gustavo Stroessner
têm processos na Justiça paraguaia
desde o fim da ditadura do general,
em 1989. O pai é acusado de violações dos direitos humanos. O filho,
de enriquecimento ilícito e tráfico
de influência.
Contra o ex-ditador, relatos oficiais dizem que 70 pessoas desapareceram ou morreram durante o
regime militar (1954-89). Mas dados de órgãos pró-direitos humanos dão conta de pelo menos 2.000
vítimas.
Apesar disso, os números do caso paraguaio podem ser menos
impactantes se comparados aos da
Argentina (com 8.961 mortos ou
desaparecidos) ou aos do Chile
(mais de 3.000).
"Pode ser pouco em relação aos
outros países, mas a ditadura foi
terrível aqui", disse Felix Silva
Monges, juiz que em 1991 decretou
a prisão de Stroessner e outros funcionários do governo.
Hoje advogado, Silva diz que pediu a detenção com base em ações
de ex-presos políticos, entre eles
Martín Almada, que recentemente
esteve com o juiz Baltasar Garzón,
o responsável pelo pedido de detenção do ex-ditador chileno Augusto Pinochet.
Almada quer que Garzón investigue também Stroessner.
"O caso Pinochet pode reavivar a
questão de Stroessner", diz Silva.
Gustavo não tem nenhum processo por violação dos direitos humanos. Contra ele, as acusações
são de enriquecimento ilícito e tráfico de influência.
Segundo a Justiça paraguaia,
Gustavo teria ganho pelo menos
US$ 21 milhões vendendo seguros
para as hidrelétricas de Itaipu e Yaciretá (Paraguai-Argentina), aproveitando-se de sua influência junto
ao pai presidente.
A acusação da Justiça de Assunção é que a empresa de Gustavo,
usando tráfico de influência, teve
preferência na venda de seguros
para as hidrelétricas.
Além disso, ele também é acusado de receber dinheiro de casas lotéricas e de cassinos paraguaios.
O jornalista do diário "La Nación" Edgard Ruiz Díaz, que escreveu o livro "O caso Gustavo
Stroessner", afirma que ele possuía
em 1990 contas bancárias em Suíça, EUA, Espanha e Brasil.
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