DA REDAÇÃO

Autoridades curdas atribuíram ontem ao grupo terrorista Ansar al Islam, ligado à rede Al Qaeda, os atentados que mataram pelo menos 67 pessoas na véspera -o saldo de mortos aumentou em dez, e há mais de 230 feridos.
Os ataques foram executados por terroristas suicidas e tiveram como alvo as sedes de dois partidos, o KDP (Partido Democrático do Curdistão) e a KUP (União Patriótica do Curdistão), em Arbil. Apesar da rivalidade, os partidos promoveram ontem uma cerimônia conjunta pelas vítimas.
Os curdos são maioria no norte do Iraque, onde gozam de relativa autonomia. Nenhum grupo reivindicou a autoria dos ataques, mas autoridades locais e americanas acusam o Ansar al Islam, ligado à rede de Osama bin Laden.
"Todos os indícios apontam terroristas islâmicos com conexões com a Al Qaeda", disse Barham Salih, líder da região administrada pelo KDP.
Autoridades locais afirmam que, desde a queda do ex-ditador Saddam Hussein, em abril, cresceu a infiltração de membros do Ansar al Islam pela fronteira.
"Nossas informações indicam que a Al Qaeda está por trás desse ataque", disse Kosrat Rasul Ali, vice-presidente do PUK.

ONU
O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, cuja decisão de enviar uma missão ao Iraque partiu da avaliação de que o país tinha condições mínimas de segurança, se reúne hoje com o presidente George W. Bush.
A pedido de Washington e Bagdá, Annan enviará ao país uma missão para avaliar a viabilidade de eleições diretas neste ano, como exige a maioria xiita. A ONU deixou o Iraque em outubro após sua sede sofrer dois atentados.