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LEI
Idéia é autoritária, diz advogada
Londres quer dureza ao julgar terroristas
DA REDAÇÃO
O governo britânico anunciou
ontem que pretende dar aos tribunais poderes excepcionais para
o julgamento sumário de suspeitos de terrorismo.
O julgamento seria secreto, dispensaria o júri e não permitiria
que juízes e advogados interrogassem testemunhas da acusação
que façam parte dos serviços de
inteligência. Os juízes encarregados desses julgamentos teriam
sua "idoneidade" previamente investigada pelos serviços secretos.
As medidas constam de uma
minuta divulgada pelo ministro
do Interior, David Blunkett. Elas
foram imediatamente criticadas
por defensores dos direitos civis.
Segundo a baronesa Helena
Kennedy, uma das mais antigas e
respeitadas advogadas do Reino
Unido, as propostas de Blunkett
"são vergonhosamente autoritárias" e constituem "o produto de
uma aula de jurisprudência dada
por Robert Mugabe", menção ao
ditador do Zimbábue, conhecido
por suas barbaridades jurídicas.
Kennedy disse esperar que prevaleça o bom senso e que os demais membros do gabinete votem pelo arquivamento da idéia.
Blunkett ainda propõe que os
juízes decidam com base em indícios e não em provas, procedimento inexistente na legislação
britânica para crimes comuns. A
culpa do réu seria por sua vez
identificada com base num "equilíbrio de probabilidades".
O grupo de direitos civis Liberty
qualificou a idéia de "totalmente
inaceitável". Mark Littlewood,
seu diretor, disse que "introduzir
novas leis, dar mais poder aos tribunais e penas mais pesadas aos
réus são formas de desacreditar a
Justiça e não uma maneira de tornar o país mais seguro".
Blunkett, em entrevista a jornalistas ingleses, durante visita à Índia, disse que "as autoridades devem ter o poder de intervir e, ao
mesmo tempo, o dever de proteger suas fontes". Para ele, a nova
lei estará em vigor antes das eleições legislativas de 2006.
Com agências internacionais
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