MAURÍCIO SANTANA DIAS
de Buenos Aires

Cerca de 2.000 policiais ocuparam ontem as ruas de Buenos Aires para vigiar a marcha nacional de desempregados e aposentados por comida e trabalho. A manifestação, no entanto, transcorreu sem incidentes e limitou-se a criticar pacificamente o governo do presidente Carlos Menem.
Os manifestantes -não mais de 2.000 pessoas- se concentraram por volta das 15h na Praça de Maio com cartazes que pediam "pão e trabalho".
Gustavo Maldonado, um dos coordenadores da CCC (Corrente Classista e Combativa), disse à Folha que os manifestantes nunca quiseram saquear supermercados. Para ele, foi "um ato contra essa política de fome e desemprego do governo Menem".
"Nunca dissemos que íamos saquear; o que estamos fazendo é pedir ao governo - não aos supermercados- 50 toneladas de alimento e 5.000 postos de trabalho."
Pela manhã o ministro do Interior, Carlos Corach, havia minimizado a manifestação. "É um grupinho totalmente sem representatividade; não vai haver absolutamente nenhum problema com os supermercados", disse o ministro.
Indagado sobre o porquê de tantos policiais nas ruas e em frente a estabelecimentos comerciais, Corach concluiu: "Não queremos que esses pequenos grupos manipulem a população".


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