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Sem bases turcas, EUA
buscam alternativas
DA REDAÇÃO
O governo turco não deve reapresentar no "futuro próximo" ao
Parlamento a proposta para abrir
as bases do país aos soldados
americanos que poderão lutar no
Iraque, segundo o vice-líder do
partido governista, Eyup Fatsa.
Isso torna praticamente certo
que os EUA não poderão contar
com o território turco para abrir
uma frente norte no combate ao
Iraque. A proposta havia sido derrotada por pequena margem no
Parlamento anteontem, em uma
votação controversa.
"A proposta foi adiada para
uma data em aberto. Não há uma
proposta para o futuro próximo",
disse Fatsa. A declaração é o segundo revés em dois dias para os
EUA, que haviam oferecido US$
até 30 bilhões em ajuda à Turquia
em troca da aprovação do uso de
suas bases.
Com a rejeição, o Pentágono diz
que já desenha planos alternativos para a eventual ofensiva contra o Iraque. Mas, segundo analistas, a possível guerra será mais difícil e arriscada sem o uso do território turco.
Funcionários dos serviços de segurança dos EUA disseram, em
condição de anonimato, que o general Tommy Franks, que comandará a possível guerra contra
o Iraque, ainda não desistiu de
obter o apoio da Turquia.
Numa entrevista na semana
passada, Franks havia dito que
seus planos são flexíveis e que levavam em consideração a ocorrência de problemas semelhantes.
Sem a opção planejada de basear a 4ª Divisão de Infantaria do
Exército na Turquia, analistas
consideram que Franks poderiam
optar pelo uso da 101ª Divisão Aerotransportada, mais ágil e baseada no Kuait, para atacar o Iraque
pelo norte.
Outro problema deve ser encontrar um local adequado para
cerca de 200 caças que os EUA
pretendiam deixar baseados no
sul da Turquia. Segundo os analistas, outras bases na região do
golfo Pérsico já estão saturadas.
"O general Franks não é alguém
que se contenta com um só plano.
Ele tem opções, então ele vai ter
de buscar outras formas de fazer o
que pretende", disse o general da
reserva Joseph Ralston, para
quem a guerra pode ser vencida
"com ou sem a opção da frente
norte".
Os EUA disseram ontem estar
consultando a Turquia sobre "os
passos futuros", após a votação
do Parlamento. "Obviamente, estamos desapontados", disse um
funcionário do governo americano. "Estamos consultando o governo turco sobre os próximos
passos, no espírito da forte amizade e parceria estratégica entre os
países", disse.
Membros do Partido da Justiça
e do Desenvolvimento (AKP),
que lidera o governo turco, devem
se reunir hoje para discutir a possibilidade de reapresentar a proposta, diante das pressões de
Washington. O líder do partido,
Recep Tayyip Erdogan, disse que
ainda não havia nenhuma decisão
a respeito. "Não se trata de uma
decisão que possa ser tomada rapidamente", disse.
Com agências internacionais
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