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VENEZUELA
Ela terá de confirmar mais de 600 mil nomes, afirma órgão eleitoral
Oposição sofre derrota na Venezuela
DA REDAÇÃO
O número de assinaturas consideradas válidas recolhidas pela
oposição ainda não é suficiente
para a convocação do referendo
sobre a permanência ou não do
presidente da Venezuela, Hugo
Chávez, no poder até o fim de seu
mandato, em 2006.
A afirmação foi feita por Francisco Carrasquero, presidente do
Conselho Nacional Eleitoral
(CNE) -órgão responsável pela
avaliação do pedido de referendo.
Porém, segundo o presidente
do CNE, a oposição poderá atingir o número de 2.437.080 de signatários necessários para a convocação do referendo durante o
processo de confirmação das assinaturas, entre os dias 18 e 22.
Na primeira verificação, disse
Carrasquero, foram consideradas
válidas 1.832.493 de assinaturas.
Outras 876.017 deverão ser confirmadas pelos signatários. E 376 mil
foram anuladas. Caso os opositores consigam confirmar 604.587
assinaturas, o referendo poderá
ser convocado.
Carrasquero é um dos três integrantes do CNE com posições
consideradas pró-Chávez. Os outros dois têm visões mais próximas às da oposição. Mesmo assim, a decisão em relação às assinaturas rejeitadas foi unânime,
segundo Carrasquero.
Os opositores consideram ilegal
a exigência de que centenas de
milhares de assinaturas sejam
confirmadas e acrescentam que o
objetivo do governo é ganhar
tempo. A oposição diz ter recolhido mais de 3 milhões de assinaturas, todas elas válidas. "Os números [divulgados por Carrasquero]
não são corretos", afirmou o líder
opositor Andrés Velazquez.
A Constituição admite a possibilidade do referendo na metade
do mandato presidencial, de seis
anos. Se houver referendo antes
de 19 de agosto e Chávez perder,
haverá novas eleições. Se for depois dessa data e ele perder, quem
assume é o vice-presidente, José
Vicente Rangel, seu maior aliado,
o que a oposição não quer.
Uma decisão final sobre a convocação do referendo somente será tomada após o processo de
confirmação. Grupos radicais de
oposição já dizem ter desistido de
convocar o referendo e acham
melhor manter a política de manifestações contra Chávez.
Caracas viveu um dia mais calmo do que os anteriores ontem,
mas ainda havia focos de violência. Ao menos quatro pessoas
morreram nos atos a favor e contra o governo desde sexta.
Já em outras dez cidades -entre elas a "capital do petróleo"
Maracaibo-, os enfrentamentos
aumentaram ontem, e a segurança precisou ser reforçada.
O governo de Chávez acusou
prefeitos opositores de estarem
fomentando atos violentos.
"É impressionante como alguns
prefeitos estão permitindo a destruição de seus próprios municípios, de propriedades privadas e
das ruas", disse o vice-ministro da
Segurança, Valter Bettid. Manifestantes em algumas cidades impediram o funcionamento de
bancos e o recolhimento de lixo.
Washington
Os EUA pediram ontem que o
CNE realize a sua tarefa de examinar a possibilidade de convocação
de referendo "de uma forma totalmente transparente". Washington expressou ainda a sua
crescente preocupação pela situação na Venezuela, segundo afirmou porta-voz da Casa Branca,
Scott McClellan. "Temos algumas
preocupações reais", acrescentou.
Chávez afirma que os EUA querem intervir no país, apoiando os
opositores. Para o presidente, os
americanos participaram do golpe que chegou a derrubá-lo do
poder por 48 horas em abril de
2002. Chávez faz constantemente
declarações anti-EUA. Nesta semana, ele xingou o presidente
George W. Bush de "idiota".
Com agências internacionais
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