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EX-URSS
Ao menos 50 que protestavam contra o acordo são detidos na capital bielo-russa
Rússia e Belarus firmam união frouxa
das agências internacionais
Cedendo a pressões dos liberais
russos, o presidente Boris Ieltsin e
seu colega de Belarus, Alexander
Lukachenko, assinaram ontem
um bastante tímido acordo de
união dos dois países.
O estabelecimento do tratado
provocou choques entre policiais e
manifestantes bielo-russos. Na
Rússia, a aproximação com Belarus foi saudada por nacionalistas e
neocomunistas.
Ieltsin e Lukachenko se reuniram pela manhã em Moscou para
negociações de última hora sobre
o acordo. Assinaram um documento prevendo cooperação geral
em políticas econômicas, externas
e militar, mas deixando claro que
os Estados integrantes da união
mantêm sua "soberania, independência e integridade territorial".
Os liberais russos, que dirigem a
economia do país, temem a aproximação com um Estado ainda dirigido sob moldes soviéticos e que
apresenta um sistema econômico
em crise.
Ainda, não vêem com bons olhos
a vinda de Lukachenko, acusado
de desrespeito aos direitos humanos, para o meio político do país.
Boris Nemtsov, primeiro vice-premiê e um dos dois principais
dirigentes liberais da Rússia, elogiou o novo documento.
O acordo divulgado há três dias
falava em uma real coordenação
em diversas áreas entre Rússia e
Belarus. O Tratado sobre a União
de Belarus e Rússia prevê apenas a
realização de debates públicos para definir os termos de uma maior
aproximação.
"A união não cria um Estado
único", disse o presidente russo.
Lukachenko, visivelmente decepcionado com a nova versão do tratado, afirmou que "cedo ou tarde
chegaremos a acordo do qual nascerá um povo comum".
Belarus é, para a Rússia, um importante corredor com o Ocidente
para suprimento de energia. Os
dois países, que um dia fizeram
parte da extinta União Soviética,
são nações eslavas que compõem o
Leste Europeu. Os países eslavos
têm em comum um mesmo ramo
linguístico.
Protestos
Em Minsk, a capital de Belarus,
ao menos 50 pessoas foram presas
após ocorrerem choques entre a
polícia e manifestantes nacionalistas. A maioria dos detidos foi liberado pouco depois da prisão.
Uma passeata com cerca de 4.000
pessoas percorria o centro da capital ao grito de "independência",
quando parte da multidão tentou
invadir a embaixada russa.
A polícia, que afastou os manifestantes com cassetetes, foi atacada com pedras.
Os nacionalistas temem que o
acordo de união assinado ontem
devolva o Estado bielo-russo ao
controle de Moscou.
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