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Brasileiro que dirige seleção de futebol está mais preocupado com hiperinflação
EM HARARE
DA ENVIADA ESPECIAL A HARARE
A minúscula comunidade
brasileira no Zimbábue -apenas 20 famílias nas contas da
embaixada- aguarda com ansiedade o resultado da eleição
presidencial do último sábado.
Celebridade local, o técnico
da seleção zimbabuana de futebol, José Claudinei Georgini,
60, conhecido pelo apelido, Valinhos, diz esperar que a tranqüilidade da campanha eleitoral e da votação se mantenha.
"Vi um povo muito cordial, sem
disposição para brigar. Mas é
claro que estamos acompanhando o que vai acontecer",
disse o ex-jogador do Vasco e
ex-treinador de times de Arábia Saudita, Marrocos e Kuait.
Valinhos chegou em janeiro
ao país com a dura missão de
classificá-lo para a Copa de
2010, na África do Sul. Por enquanto, ele é um dos raros consensos num país dividido ao
meio, principalmente após
vencer Botsuana fora de casa,
na semana passada, por 1 a 0.
Isolado num quarto de hotel
de luxo e escoltado pela Federação Zimbabuana de Futebol,
ele se mostra mais preocupado
com a hiperinflação e a falta de
organização do futebol local do
que com a política.
"Antes de vir, tive informações a respeito da situação econômica, que é muito ruim. Mas
estou enfrentando", afirma o
treinador, cuja mulher chegou
ao país na semana passada, em
plena reta final da campanha.
Outra "estrela" da comunidade é o pastor Valter de Santana, que lidera a Igreja Universal
do Reino de Deus no país. São
cerca de 6.000 fiéis, espalhados
em 15 locais de culto no Zimbábue. "Já é a quarta eleição em
oito anos. Não acredito que teremos problemas aqui como
houve no Quênia. Temos de
buscar tranqüilidade e garantias em Deus", afirmou.
O embaixador do Brasil em
Harare, Raul de Taunay, tem
orientado os brasileiros no país
a ter cuidados básicos, mas sem
exageros. "Brasil e Zimbábue
têm uma relação amistosa", diz.
Mas brasileiros com quem a
Folha falou nos últimos dias
tomam precauções como estocar arroz. A escola onde estudam os filhos de um casal tem
um plano de contingência e recomenda que as crianças fiquem em casa se houver problemas. A escola ainda diz poder abrigar as crianças por alguns dias, se for preciso.
(FZ e AM)
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