São Paulo, quinta-feira, 03 de abril de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Brasileiro que dirige seleção de futebol está mais preocupado com hiperinflação

EM HARARE
DA ENVIADA ESPECIAL A HARARE

A minúscula comunidade brasileira no Zimbábue -apenas 20 famílias nas contas da embaixada- aguarda com ansiedade o resultado da eleição presidencial do último sábado.
Celebridade local, o técnico da seleção zimbabuana de futebol, José Claudinei Georgini, 60, conhecido pelo apelido, Valinhos, diz esperar que a tranqüilidade da campanha eleitoral e da votação se mantenha. "Vi um povo muito cordial, sem disposição para brigar. Mas é claro que estamos acompanhando o que vai acontecer", disse o ex-jogador do Vasco e ex-treinador de times de Arábia Saudita, Marrocos e Kuait.
Valinhos chegou em janeiro ao país com a dura missão de classificá-lo para a Copa de 2010, na África do Sul. Por enquanto, ele é um dos raros consensos num país dividido ao meio, principalmente após vencer Botsuana fora de casa, na semana passada, por 1 a 0.
Isolado num quarto de hotel de luxo e escoltado pela Federação Zimbabuana de Futebol, ele se mostra mais preocupado com a hiperinflação e a falta de organização do futebol local do que com a política.
"Antes de vir, tive informações a respeito da situação econômica, que é muito ruim. Mas estou enfrentando", afirma o treinador, cuja mulher chegou ao país na semana passada, em plena reta final da campanha.
Outra "estrela" da comunidade é o pastor Valter de Santana, que lidera a Igreja Universal do Reino de Deus no país. São cerca de 6.000 fiéis, espalhados em 15 locais de culto no Zimbábue. "Já é a quarta eleição em oito anos. Não acredito que teremos problemas aqui como houve no Quênia. Temos de buscar tranqüilidade e garantias em Deus", afirmou.
O embaixador do Brasil em Harare, Raul de Taunay, tem orientado os brasileiros no país a ter cuidados básicos, mas sem exageros. "Brasil e Zimbábue têm uma relação amistosa", diz.
Mas brasileiros com quem a Folha falou nos últimos dias tomam precauções como estocar arroz. A escola onde estudam os filhos de um casal tem um plano de contingência e recomenda que as crianças fiquem em casa se houver problemas. A escola ainda diz poder abrigar as crianças por alguns dias, se for preciso. (FZ e AM)


Texto Anterior: Partido de Mugabe perde Congresso
Próximo Texto: EUA pressionam Otan a aumentar força no Afeganistão
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.