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Suspeita de corrupção faz premiê irlandês renunciar após 11 anos
Bertie Ahern foi responsável por fechar acordo de paz com Irlanda do Norte
DA REDAÇÃO
O primeiro-ministro da República da Irlanda, Bertie
Ahern, anunciou ontem que renunciará ao cargo no próximo 6
de maio, pondo fim a uma carreira política marcada pelo
acordo de paz em 1998 com a
Irlanda do Norte, que é parte
do Reino Unido. Ahern sucumbiu às acusações de ter recebido
indevidamente US$ 880 mil de
empresários em 1994.
Em declaração de dez minutos, o premiê, há 11 anos no poder e cujo mandato iria até
2012, negou ter praticado atos
de corrupção ou ter misturado
sua vida privada com os interesses públicos.
Os partidários de Ahern argumentam que suas finanças
particulares entraram em colapso quando ele se divorciou
de sua primeira mulher e fechou as contas bancárias conjuntas que tinha com ela.
Um empréstimo que ele pediu foi creditado em contas
pertencentes a suas duas filhas
e a sua namorada. O escândalo,
eclodido em setembro do ano
passado, foi recentemente
agravado pelo depoimento de
uma ex-secretária.
Ahern será sucedido por seu
ministro das Finanças e vice-premiê, Brian Cowen, um dos
dirigentes de seu partido, o
Fianna Fail, que encabeça coalizão com duas siglas menores.
O ex-premiê britânico Tony
Blair, parceiro dele nos acordos
da Irlanda que permitiram o
desarmamento do IRA (Exército Republicano Irlandês, grupo
responsável por uma longa sucessão de atentados terroristas), qualificou a biografia política de Ahern de "admirável".
"Ele sempre será lembrado
pelo papel crucial em pacificar
a Irlanda do Norte", disse Blair.
Ian Paisley, que liderava os
radicais protestantes na época
do Acordo da Sexta-Feira Santa
(o nome do texto de 1998), disse
ter apreciado negociar com
Ahern, porque ele reconheceu
a legitimidade dos partidários
da preservação da união com o
Reino Unido e do irrealismo da
reunificação das duas Irlandas,
que teriam uma maioria católica.
Com agências internacionais
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