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Detido em escândalo diz ter feito doação à campanha pró-Uribe
Dono de empresa de esquema de pirâmides financeiras afirma ter dado R$ 4,5 milhões para promover 3º mandato na Colômbia
Empresário é acusado de lavagem de dinheiro; verba teria financiado transporte de assinaturas para propor referendo sobre re-reeleição
DA REDAÇÃO
A campanha para aprovar
um referendo que abre caminho para um terceiro mandato
para o presidente da Colômbia,
Álvaro Uribe, foi abalada ontem por acusações do dono de
uma empresa envolvida no escândalo das "pirâmides financeiras" no país e acusada de lavar dinheiro do narcotráfico.
David Murcia, da financeira
DMG, afirmou ter doado R$ 4,5
milhões para a iniciativa.
O empresário, que está preso
desde novembro, disse à revista
local Cambio que colaborou logisticamente na coleta de assinaturas -mais de 5 milhões delas- para propor o referendo
no Congresso. O trabalho foi
coordenado pelo uribista Partido Social da Unidade Nacional
(Partido de la U) em 2008.
"Fizemos o transporte de assinaturas. Isso vale um dinheiro, porque é em nível nacional.
Aprovei recursos para que
comprassem camisetas e bonés", afirmou Murcia. "Em política começam com uma coisinha e logo pedem mais."
O escândalo da quebra das
pirâmides financeiras estourou
em novembro passado, quando
as empresas ruíram levando
cerca de US$ 2 bilhões em depósitos, a maioria de pessoas de
baixa renda. A DMG era uma
das companhias no esquema.
Murcia e diretores da empresa
tiveram a extradição pedida
por um tribunal de Nova York
sob a acusação de lavarem dinheiro para o narcotráfico.
A defesa de Murcia acusou
Uribe e José Obdulio Gaviria,
um de seus assessores mais
próximos, de terem informações sobre a doação. Um promotor do referendo, Carlos Alberto Jaramillo, rebateu e disse
que Murcia é "mitômano".
De posse das 5 milhões de assinaturas, o Partido de La U
apresentou no Parlamento, como iniciativa popular, a proposta para o referendo sobre
re-reeleição para presidente
-com apoio tácito de Uribe. O
projeto foi aprovado na Câmara em dezembro. O uribismo,
porém, não se entendeu e aprovou a consulta para 2014. O
projeto está no Senado.
A iniciativa já vinha enfrentando questionamentos legais.
O Conselho Nacional Eleitoral
investiga se a mobilização usou
financiamento ilegal e se seus
coordenadores tiveram acesso
a informação privilegiada sobre
o registro eleitoral o país.
Massacre indígena
Lideranças indígenas disseram ontem ter recuperado os
corpos de oito índios awa que
as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) admitiram terem matado no sul
colombiano em fevereiro em
punição por colaborarem com
o Exército. Duas das vítimas,
mulheres grávidas, tiveram os
fetos retirados da barriga.
Com agências internacionais
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