São Paulo, quarta-feira, 03 de maio de 2000


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COMENTÁRIO
Ser SS é carregar um símbolo indelével

RODRIGO UCHÔA
da Redação

Consideradas ideologicamente as mais adestradas e o maior símbolo do totalitarismo e da barbárie nazistas, as tropas SS, ao contrário do que dizem Haider e Riess-Passer, exigiam de seus membros fidelidade canina e iniciativa na implementação do terror. Ao fim da guerra, somavam atrocidades de difícil paralelo na história humana.
Criadas em 1925 para servir de guarda pessoal de Adolf Hitler, quando ele despontava na política alemã, os nazistas as usaram como principal arma de intimidação nos países ocupados durante a Segunda Guerra (1939-45) e como implementadoras da "solução final do problema judaico".
Responsáveis pela instalação do primeiro campo de concentração para inimigos políticos, Dachau (sul de Munique), as brigadas de defesa ("Schützstaffel") eram inicialmente parte das SA -"Sturm Abteilung" - tropas de ataque.
Essas SA eram destacamentos que faziam a "segurança" dos encontros nazistas e criavam confusão nos comícios dos outros partidos. Em 1934, ano seguinte à indicação de Hitler para chanceler (premiê), as SS assassinaram a liderança SA e ganharam estrutura independente no partido.
Durante a guerra, formaram grupos de combate independentes do Exército, as Waffen SS, e só respondiam a Heinrich Himmler e a Hitler. A guarda pretoriana de 280 membros em 1929 chegou a 240 mil dez anos depois -seriam 900 mil em 1945.
Fuzilamentos sumário nos países ocupados, fazer reféns entre civis, fazer funcionar a máquina genocida, administrar o trabalho escravo, eficiência e adesão exemplares. Ser SS é carregar um símbolo tão indelével quanto os números tatuados nos braços dos sobreviventes dos campos de concentração e extermínio.


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