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JUSTIÇA
Tribunal derruba veto a doações de grandes empresas; sentença, à qual cabe recurso, é vitória dos republicanos
Cai restrição para verba eleitoral nos EUA
DA ASSOCIATED PRESS
Um tribunal federal dos EUA
derrubou ontem grande parte de
uma lei que proibia o uso por partidos políticos de contribuições
por parte de empresas e sindicatos, levantando dúvidas sobre o
futuro da lei de financiamento de
campanha que deveria governar
as eleições do próximo ano.
A lei -considerada inconstitucional pelo tribunal- entrara em
vigor em 6 de novembro. Ela proibia que comitês nacionais de partidos aceitassem contribuições de
empresas e sindicatos e elevava de
US$ 1 mil para US$ 2 mil o limite
para contribuições individuais.
Desde 1907, apenas pessoas físicas podem doar dinheiro diretamente -o chamado "hard money"- a campanhas eleitorais.
Mas uma brecha legal permitia
aos partidos políticos receber
doações de empresas e de sindicatos -o "soft money"- e usá-las
para financiar indiretamente
campanhas de seus candidatos.
O Partido Republicano recebeu
US$ 283,8 milhões em "soft money" em 2000. Entre seus maiores
financiadores durante a campanha que elegeu George W. Bush
estavam a gigante da telefonia
AT&T, a fabricante de cigarros
Philip Morris e a National Rifle
Association, o lobby pró-armas
nos EUA. Bush recebeu US$ 447
milhões em "hard money".
Já o Partido Democrata arrecadou US$ 215,5 milhões em "soft
money", sendo que os maiores
doadores foram sindicatos.
Bush se opunha à lei, dizendo
que empresas e sindicatos sempre
vão financiar eleições, e, portanto,
seria melhor controlar suas doações, em vez de tentar impedi-las.
Mas ele sancionou a lei, que tinha
grande apoio da população, sem
vetar nenhuma cláusula.
O tribunal também considerou
inconstitucional restrições amplas à propaganda eleitoral patrocinada por grupos de interesse.
Mas a corte afirmou que limites
mais específicos que incluídos na
legislação eram constitucionais.
A sentença pode sofrer apelação
imediata na Suprema Corte dos
EUA, cuja decisão estabelecerá as
normas para as eleições de 2004.
A decisão é uma vitória para o
Comitê Nacional Republicano e
dezenas de grupos de interesse,
como a National Rifle Association, que argumentavam que a lei
prejudicava sua habilidade de
participar da política.
Por 2 votos a 1, o tribunal decidiu que os partidos podem usar
contribuições feitas por empresas
e sindicatos para atividades partidárias gerais, como o registro de
eleitores, mas não para propaganda sobre questões específicas.
Também por 2 votos a 1, o tribunal derrubou uma cláusula proibindo grupos de interesse de fazer
propaganda sobre questões específicas que mencionem candidatos federais nos distritos desses
candidatos um mês antes de eleições primárias e dois meses antes
de eleições gerais. Mas manteve
uma cláusula que proíbe os grupos de fazer propaganda que promova, apóie, ataque ou se oponha
a candidatos perto das eleições.
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